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5G pode mudar padrão de vida

Nesta quinta-feira, o Ministério das Comunicações completa o leilão do 5G, cujo edital levou três anos para ser publicado.

É iniciativa que não vem apenas para aumentar a velocidade da conexão. Vem para trazer melhorias que podem mudar o padrão de vida do brasileiro e não apenas daqueles que não contam com acesso à internet ou têm acesso precário.

Certos problemas preliminares foram afinal superados. Um deles foi o alinhamento do governo Bolsonaro com o governo Trump, que tentou restringir a participação de empresas chinesas no fornecimento de equipamentos. O interesse no leilão foi maior do que o esperado. Atraiu 15 grupos econômicos, entre empresas e consórcios, e deve movimentar R$ 49,7 bilhões.

Estudo da consultoria Bain & Company estima que o mercado do 5G no Brasil deverá alcançar receita líquida de R$ 74 bilhões em 2030. (Veja o gráfico.)

Com velocidades até 100 vezes superiores às atuais e tempo de resposta (latência) bem mais baixo entre os dispositivos conectados à rede, o 5G possibilitará avanços na transformação digital da sociedade, com aplicação de tecnologias de realidade aumentada, inteligência artificial e internet das coisas (IOT).

Nas chamadas cidades inteligentes, possibilitará melhor controle de tráfego, com sistemas integrados de monitoramento de transporte, identificação de vagas de estacionamento e gerenciamento de multidões.

O 5G também ajudará a tornar a agricultura mais precisa e digital, com robótica, drones e reconhecimento de imagem para melhorar a qualidade da produção, a eficácia de fertilizantes e o controle de pragas.

Outros avanços pretendidos estão no desenvolvimento dos veículos autônomos e no fomento da indústria 4.0. Cirurgias a distância serão mais seguras com a diminuição da latência.

Mas, como observa Vivien Suruagy, presidente da Federação Nacional de Call Center, Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e Informática, algumas legislações precisam ser atualizadas. Hoje, cada município tem suas regras para instalação de antenas – o que tende a ser um empecilho. "Existem em torno de 300 leis diferentes no País e muitas estão antiquadas”, diz Vivien.

A previsão é de que o 5G chegue às capitais até julho de 2022 e em todo o País em 2028. Se o Brasil cumprir a cartilha corretamente será possível não só ganho em produtividade e no ecossistema de negócios, como também em qualidade de vida.

Mas é claro, o 5G aumentará a capacidade do Grande Irmão de saber da vida de cada um. E isso não é prerrogativa de chineses ou americanos.

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo (Celso Ming)
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