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A revolução do 5G na mobilidade urbana

Todas as capitais devem receber a tecnologia 5G até 29 de setembro, de acordo com o cronograma da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A novidade abre diversas possibilidades que devem impactar positivamente a mobilidade urbana como um todo.

Com taxa de transferência maior e latência de acesso menor, o 5G reduzirá o tempo entre os “cliques” dados nos aplicativos e o resultado apresentado na tela do dispositivo. “Por exemplo, poderá observar a redução no tempo para mostrar páginas web completas e realizar o download e upload de arquivos, mas também melhorando a qualidade de serviços em tempo real, como em chamadas de voz e vídeos usando aplicativos de conversa e também em vídeos sob demanda”, explica Luiz Bittencourt, professor do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Muitos dos benefícios do 5G vêm da sua maior capacidade de transmissão de dados (taxas de download e upload) e da redução da latência do serviço de rede celular. Essas melhorias impactam diretamente a comunicação autônoma entre dispositivos conectados, ou seja, a transmissão sem o comando do usuário, o que deve transformar os meios de transporte.

“Ao se conectarem e trocarem quantidade significativa de dados entre si (comunicação veículo para veículo — V2V) ou com outros sistemas (comunicação veículo para qualquer coisa — V2X) de forma rápida, veículos podem tomar decisões inteligentes ou sugerir aos passageiros, melhorando a eficiência geral do transporte (público ou não) com melhores rotas, redução de consumo de combustível e energia, redução de riscos de acidentes e direção autônoma e assistida segura para passageiros e pedestres”, exemplifica Bittencourt.

O professor da Unicamp tem também pós-doutorado em Sistemas Distribuídos, é especialista em computação em nuvem e em redes virtualizadas. Ao analisar o cenário da chegada do 5G, ele informa que será possível termos de fato meios de transporte inteligentes, pois haverá a coleta de dados de milhares de veículos simultaneamente, com transmissão e processamento para tomada de decisão em tempo real.

Mobilidade inteligente

A superintendente de TI da Veloe, Fernanda Toscano, informa que a agilidade e a flexibilidade da conexão das redes 5G permitirão ainda a expansão de dispositivos embarcados (IOT), veículos conectados (V2X), além de estruturas de controle e monitoramento de tráfego.

“Veremos uma grande evolução no conceito de cidades inteligentes, pois os dados coletados por imagens de câmeras e dispositivos de telemetria espalhados pelas vias poderão ser processados praticamente em tempo real por sistemas dotados de IA (Inteligência Artificial), garantindo assim o aumento da fluidez e consequente redução de tempo dos usuários desse ecossistema”, explica.

Na prática, isso significa que muitas das soluções de mobilidade urbana que conhecemos hoje poderão se conectar de forma mais ágil com suas redes parceiras e usuários e coletar dados em tempo real. Há muitos exemplos, que vão desde a melhor gestão dos semáforos na cidade até a expansão da produção de carros autônomos. Para o transporte público, a nova tecnologia poderá indicar não só o trajeto e o meio mais rápido, mas também o melhor horário e o veículo mais sustentável.

“Você poderia sair de casa ou do escritório tendo o indicativo do melhor horário, a melhor rota, onde e quando deve abastecer, e reservar sua vaga para estacionar. E tudo isso integrado a sua agenda pessoal”, vislumbra a superintendente de TI da Veloe.

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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