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Após jantar, Maia e Guedes pedem desculpas por atrito e defendem reformas

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediram desculpas mútuas nesta segunda-feira, 5, pelos atritos protagonizados nas últimas semanas. Durante um jantar convocado por parlamentares, ambos defenderam a pacificação e a continuidade da agenda de reformas.

"Nos dias seguintes à presidência, por divergências, por erros, e assumo os meus, nós fomos nos afastando e, agora, na pandemia, mais ainda, e, até, na semana passada, deixo o meu pedido de desculpas, fui indelicado e grosseiro. Não é do meu feitio, ao contrário", declarou Maia.

"Eu nunca ofendi o presidente Rodrigo Maia. Isso não tem problema, foi uma troca. Isso não é ofensa pessoal, foi troca de opiniões, não tem ofensa. Eu, caso tenha ofendido o presidente Maia ou qualquer político, eu peço desculpas também. Eu às vezes dou exemplos genéricos", disse Guedes em seguida."Caso eu tenha ofendido o presidente Rodrigo Maia ou qualquer político, eu posso ter ofendido inadivertidamente, eu posso pedir desculpas também. Não há problema", acrescentou.

O jantar, servido com guizado de bode, durou aproximadamente três horas e aconteceu na casa do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas. Maia chegou acompanhado do líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), um dos articuladores do encontro.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que estava no jantar, declarou que a reaproximação é fundamental para "virar a página" no relacionamento entre os dois. Em prol da agenda de reformas, Alcolumbre se colocou como mediador do conflito travado entre Guedes e Maia durante a pandemia de covid-19. "Tenho consciência da nossa responsabilidade e esse gesto hoje de reaproximação de uma agenda, que é conciliatória, foi fundamental para que possamos, a partir de amanhã, virar uma página nessa construção, que é coletiva", disse.

Também participam do do jantar, os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Fábio Faria (Comunicações); os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Kátia Abreu (PP-TO) e Renan Calheiros (MDB-AL) e os ministros do TCU Vital do Rêgo e José Múcio, presidente da corte de contas.

Guedes e Maia têm protagonizado embates públicos nas últimas semanas. O mais recente ocorreu na última quarta-feira, 30, quando o presidente da Câmara chamou o ministro da Economia de "desequilibrado". Na ocasião, Maia reagiu a uma declaração anterior de Guedes, que acusou o presidente da Câmara de "se aliar à esquerda" e emperrar a agenda de privatizações do governo Jair Bolsonaro.

Agenda econômica
Em um gesto de conciliação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Paulo Guedes, declarou que haverá união para andamento da agenda econômica no Congresso. "O teto de gastos é a primeira de nossas urgências, porque, com a regulamentação do teto, a gente resolve o programa social", disse Maia em declaração à imprensa.

Guedes voltou a defender a aprovação de um programa de renda básica para 2021 e uma medida de desoneração da folha salarial para gerar "empregos em massa". Além disso, repetiu compromissos com o envio de outra etapa da reforma tributária, pontuando que o prazo depende da articulação política. "Essas coisas estão basicamente prontas, mas quem dá o timing das reformas sempre é a política", disse o ministro.

O programa de renda, reforçou Guedes, será bastante diferente e mais estruturado em comparação ao auxílio emergencial. Sem entrar em detalhes, o ministro declarou que o modelo vai juntar 27 programas sociais. O pacto federativo no Senado, pontuou, irá absorver ainda diapositivos do Orçamento de Guerra, em vigor durante a pandemia de covid-19.

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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