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Bolsonaro apela a caminhoneiros e diz que estuda redução de PIS/Cofins no óleo diesel

Em meio a reclamações de caminhoneiros sobre um aumento no preço do óleo diesel, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que estuda diminuir o PIS/Confins que incide sobre combustível. Bolsonaro ressaltou, contudo, que está avaliando o impacto fiscal que a medida traria e disse que a "solução não é fácil".

— Estamos estudando medidas. Agora, não tenho como dar uma resposta de como diminuir o impacto, que foram nove centavos no preço do diesel. Para cada centavo no preço diesel, produtora querendo diminuir o PIS/Confins, equivale a buscarmos em outro local 800 milhões de reais. Então, não é uma conta fácil de ser feita — disse Bolsonaro, na saída de uma reunião no Ministério da Economia.

Bolsonaro disse reconhecer "o valor" dos caminhoneiros para a economia:

— Agora, reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve, todos nós vamos perder. Todos, sem exceção. Agora, a solução não é fácil. Estamos buscando uma maneira de não ter mais esse reajuste.

O presidente afirmou que não interfere na Petrobras e que o preço dos combustíveis é calculado a partir de diversos fatores.

— Eu não interfiro na Petrobras. Deixar bem claro. A Petrobras continua com a sua política de preço. Agora, nós temos atualmente 33 centavos, do litro do diesel, para PIS/Confins. É isso que nós buscamos diminuir.

Medidas para bares e restaurantes
Bolsonaro também afirmou nesta quarta-feira que está avaliando uma série de pedidos apresentados pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), entre elas o retorno do programa de redução de jornada e salários, para lidar com o fechamento do comércio.

Bolsonaro levou o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, para uma reunião no Ministério da Economia. Na saída, Solmucci listou três pedidos que foram feitos. Além do programa de redução de jornada, também foi solicitado uma prorrogação do prazo de pagamento dos empréstimos contraídos no Pronampe (programa de crédito voltado para micro e pequenas empresas) e mudanças na regra do Simples, porque algumas empresas não estariam conseguindo entrar no programa.

Bolsonaro prometeu analisar os pedidos e criticou medidas de restrição de circulação tomadas pelo governo de São Paulo, João Doria, e pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.

As medidas visam a diminuir o contágio do novo coronavírus, em meio a um aumento de casos no país. O presidente disse que 6 milhões de pessoas podem ser prejudicadas, mas não explicou qual a base do cálculo.

— Como a decisão de fechar é dos governadores, se fosse minha não fecharia nada, (Paulo) veio pedir um socorro, junto ao ministro Paulo Guedes, eu trouxe, pela dimensão, o tamanho dos associados. Merece rapidez nisso aí. Não podemos botar na rua 6 milhões de pessoas que ficariam prejudicadas pelas medidas ora adotadas pelo estado de São Paulo e pela capital de Minas Gerais.

Bolsonaro afirmou que precisa analisar o impacto fiscal dos pedidos:

— Vou estudar para os próximos dias o impacto fiscal e vou dar a resposta em duas semanas no máximo.

Autor/Veículo: O Globo
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