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Bolsonaro fala em semana de 'jogo pesado' contra Petrobras

Em meio a temores no mercado de ingerência política na Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que a semana será de “jogo pesado” com a estatal, sem detalhar qual seria a estratégia do governo ao longo dos próximos dias. Ele disse saber, de forma extraoficial, que a empresa fará um novo reajuste nos preços dos combustíveis dentro de 20 dias. “Isso não pode acontecer.”

As declarações foram dadas a jornalistas na cidade italiana de Anguillara Veneta, onde o presidente recebeu o título de cidadão local. Para comparecer à agenda de caráter pessoal, Bolsonaro deixou de ir à COP-26, na Escócia, que reúne os principais líderes globais para discutir temas relacionados ao meio ambiente.

Questionado sobre o Auxílio Brasil, o programa que substitui o Bolsa Família, o presidente desconversou e disse que a prioridade, neste momento, é a disparada do valor dos combustíveis. “Essa semana vai ser um jogo pesado com a Petrobras. Porque eu indico o presidente. Quer dizer, tem de passar pelo conselho, não sou eu que indicou, passa pelo conselho. E tudo de ruim que acontece lá cai no meu colo. O que é de bom, não cai nada em meu colo”, disse.

“Uma notícia que eu dou para vocês, eu tenho pressa, a Petrobras vai anunciar, eu sei extraoficialmente, novo reajuste daqui a uns 20 dias. Isso não pode acontecer”, acrescentou.

As declarações obrigaram a Petrobras a divulgar comunicado para dizer que os ajustes de preços “são realizados no curso normal de seus negócios” e que “seguem as suas políticas comerciais vigentes”.

Sobre novo reajuste, a estatal informou que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado

IstoÉ Dinheiro
Petrobras desmente Bolsonaro sobre aumento de combustíveis
Nesta segunda-feira (1), após reunião do G20, o presidente Jair Bolsonaro declarou aos jornalistas que a Petrobras vai divulgar um novo reajuste de combustíveis em até 20 dias. Apesar da projeção do presidente, a Petrobras desmentiu o chefe do Executivo brasileiro.

Após afirmar a vinda de um novo aumento, ainda em novembro, o presidente voltou a classificar o ICMS como principal vilão do alto preço dos combustíveis. A política de preços da Petrobras e a sua possível privatização também foram abordados pelo Presidente.

“A prioridade é o preço do combustível. Eu vi muito rapidamente, não quero falar agora, o lucro da Petrobras. A Petrobras é uma estatal e monopolista. A política não deve ser essa”, declarou o Presidente Jair Bolsonaro em coletiva aberta.

Horas depois, no entanto, a Petrobras desmentiu o presidente da República e disse que não antecipa decisões de reajustes de preços de combustíveis. Em comunicado ao mercado, a estatal indicou que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado.

Segundo a petroleira, ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais vigentes.

“A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”, disse a companhia em nota.

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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