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Bolsonaro não garante reajuste para policiais, mas diz que aumento para outros servidores só em 2023


A dois dias do fim do prazo para sanção do Orçamento de 2022, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que ainda não decidiu sobre o reajuste dos servidores.

Bolsonaro admitiu que a intenção inicial era conceder reajuste para agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). No entanto, afirmou que é preciso decidir entre "salvar" essas três categorias ou deixar todas sofrerem.

Segundo o presidente, existe um espaço de R$ 1,8 bilhão no Orçamento para o reajuste dos servidores e que, se fosse distribuído para todos os servidores, resultaria em um aumento irrisório.

— Há uma grita de maneira geral porque a intenção inicial, não vou negar, foi reservar algum reajuste para policiais federais, rodoviários federais e pro Depen. Isso está suspenso, estamos aguardando um desenlace das ações — afirmou em entrevista à "Jovem Pan News".

O presidente, então, questionou qual decisão seria mais justa: conceder aumento a essas categorias ou dar aumento para todos.

— A gente pode fazer justiça com três categorias, e aí não vai fazer com as demais, sei disso. Mas fica aquela pergunta a todos: vamos salvar três categorias ou vai todo mundo sofrer no corrente ano? — disse.

Categoria está entre as mais bem pagas do serviço público
O presidente disse que ainda vai tomar uma decisão. No domingo, O GLOBO mostrou que integrantes de PF, PRF e Depen estão entre as poucas categorias que acumulam ganho real, acima da inflação, em sua remuneração em dez anos. A maior parte dos outros servidores viu sua renda encolher no período.

Um delegado da PF hoje tem remuneração inicial de R$ 23,6 mil. Os vencimentos podem chegar a R$ 30,9 mil, de acordo com dados de novembro do Painel Estatístico de Pessoal do Ministério da Economia.

Para agente ou escrivão da PF, o salário vai de R$ 12,5 mil a R$ 18,6 mil. Policiais rodoviários federais têm salários iniciais de R$ 9,8 mil e podem chegar a R$ 16,5 mil.

— O tempo vai dizer como a gente vai decidir. Não quero que a gente cometa injustiça com servidor público. Reconhecemos o trabalho do servidor, a defasagem; a inflação que acabou do ano passado, 10%, foi pesada — disse. — Reconheço o trabalho dos servidores, merecem reajuste, [mas] não tem folga no orçamento para corrente ano — acrescentou.

Presidente acena aos outros servidores com aumento no ano que vem
De acordo com Bolsonaro, foi pedido à equipe econômica que contemple os servidores com um aumento no Orçamento de 2023.

— Sei que está longe, mas por ocasião da feitura do mesmo (Orçamento de 2023), obviamente que os servidores serão contemplados com reajuste salarial merecido — afirmou.

Bolsonaro elogiou os servidores e admitiu que a inflação dos últimos anos corroeu parte do salário desses funcionários. O presidente repetiu, entretanto, que não tem folga no Orçamento.

Autor/Veículo: O Globo
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