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Cadeia busca piso e estancar queda do etanol, embora cenário não garanta tendência

O cenário semanal para o etanol hidratado está embaralhado, mas parece que há uma tentativa da cadeia produtiva em encontrar um piso e estancar as quedas.

No acumulado do dia 5 a 9, as usinas conseguiram segurar um pouco mais a liquidação dos preços (menos 3,71%) sobre as duas semanas anteriores, e as distribuidoras estão conseguindo vender mais caro diariamente para os postos, inclusive em mais 1,72% de variação na terça, também segundo o Cepea.

A paridade entre o biocombustível e seu concorrente, a gasolina, estava em cerca de 69%, quando o ponto ideal é 70%, e Paulo Strini, da comercializadora Triex, acredita que o maior empurrão do consumo viria com os 65%.

Mas, com esse quadro visto até aqui, os 5% de queda do hidratado na bomba, registrado pela ANP na semana anterior, pode não se repetir e manter a competividade do renovável ainda abaixo da percepção do consumidor, que sentiu mais diretamente 11 semanas de redução da gasolina.

“Está estranho mesmo”, diz outro trader, Martinho Ono, da SCA Trading.

Pesando as possibilidades sobre a tentativa de o setor buscar um piso, como comenta o executivo do Grupo Triex, concorrem desde vendas melhores do que se imagina à tendência de a oferta de hidratado encurtar mais nas usinas. O último levantamento da Unica mostrou maior produção de açúcar e, proporcionalmente, de etanol anidro.

Também se joga com a absorção já completa do ICMS reduzido para a gasolina (18%), bem como pouco espaço para o petróleo se mover abaixo da média dos US$ 94 a US$ 96 que vem perseguindo, sem dar margem para a Petrobras (PETR4) promover nova rodada de descontos do derivado na refinaria após quase três seguidas.

Na semana passada, por exemplo, a ANP anunciou a 11ª queda seguida do combustível (2,5%), mas já menor que a do etanol hidratado.

Paulo Strini ainda comenta que há o câmbio a sopesar nessa balança.

Autor/Veículo: Money Times
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