Notícias

Campos Neto: Realidade superou expectativas e uso do Pix aumenta mês após mês

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira, 16, que o Pix superou todas as expectativas no primeiro ano de sua existência. Ele lembrou que, na época do lançamento do Pix, disse que o novo sistema de pagamentos instantâneos transformaria o sistema de pagamentos brasileiro.

“A realidade superou as expectativas. O uso do Pix aumenta mês após mês. A velocidade de adoção é a mais rápida do mundo”, disse, destacando que o sistema também já superou meios de pagamento tradicionais, como TED, DOC e boleto, em número de transações.

Além disso, o presidente do BC destacou que o Pix é importante vetor de inclusão financeira e foi especialmente relevante durante a pandemia de covid-19.

Campos Neto citou ainda as melhorias do Pix, como cobrança com vencimento e os novos mecanismos de segurança, e as novas funcionalidades que estão por vir, como o Pix Saque e o Pix Troco, que vão entrar em vigor no próximo dia 29.

“O Pix ainda não atingiu todo o seu potencial, como o uso de QR Code”, disse, acrescentando que é preciso adaptação do sistema de empresas. “Há novas funcionalidades previstas para os próximos anos, como pagamento offline”, afirmou em vídeo gravado e apresentado no evento (R)evolução Pix, em comemoração de um ano do sistema de pagamentos.

Inclusão digital

O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, destacou o papel de inclusão financeira do sistema de pagamentos instantâneos.

Segundo ele, 45,6 milhões de pessoas foram incluídas no universo de meios de pagamento digitais com o Pix. É o contingente de pessoas que não havia feito TED nos 12 meses anteriores ao lançamento do Pix e que realizou ao menos um pagamento por meio da nova ferramenta.

O diretor do BC ressaltou ainda que o crescimento do Pix é maior proporcionalmente entre as classes mais baixas. Em todas as segmentações de renda, houve avanço de 52% dos usuários de março a outubro, enquanto houve aumento de 131% dos usuários na baixa renda que fizeram um Pix, na ponta pagadora.

Outro dado citado por Pinho de Mello sobre a inclusão financeira do Pix foi o contingente de pessoas que usam o sistema no Cadastro Único (35%) e no Bolsa Família (25%). “É inclusão na veia.”

Segundo o diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central, Mauricio Moura, o Pix é uma política pública. “O objetivo do BC não é fazer o IPO do Pix, abrir o capital na Bolsa, é uma política pública de eficiência e inclusão para todos os brasileiros.”

De maneira geral, 104,4 milhões de pessoas já fizeram Pix, ou 62,4% da população adulta no Brasil. “É um número quase sem precedentes. É sem precedentes para o primeiro ano”, disse Pinho de Mello.

Pinho de Mello também destacou que há menor concentração no Pix ante cartões pré-pago ou de débito, tanto em volume quanto em quantidade. Na quantidade de transações, os grandes bancos representam 61,4% no mercado Pix e 68,1% de cartão pré-pago e débito.

Hoje, o Pix representa 72% das operações de transferência, superando TED, DOC e Boleto. Ante os meios de pagamento de compra, o Pix ultrapassou as transações com cartão pré-pago e tem diminuído a diferença para débito e crédito. “O BC incentiva todos os meios de pagamento digital”, disse Pinho de Mello.

Uso entre empresas

Em relação às empresas, Pinho de Mello afirmou que mais de 7 milhões já fizeram Pix, seja pagamento ou recebimento, quase 55% do universo que tem algum relacionamento com o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Entre os setores, o comércio é o que tem maior participação em recebimento do sistema de pagamentos instantâneos.

Autor/Veículo: O Estado de S. Paulo
Compartilhe: