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Centrão quer volta de pastas da Indústria e do Trabalho

Aliados do governo pedem a separação da Secretaria de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia e a recriação do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As novas pastas iriam para o Centrão. No Planalto, já se fala no planejamento de uma “pequena reestruturação”. Nas redes sociais, Jair Bolsonaro disse que são “fake news”.

Aliados políticos do presidente Jair Bolsonaro intensificaram a cobrança sobre o governo para um desmembramento de parte do Ministério da Economia. A discussão gira em torno da separação da Secretaria de Previdência e Trabalho da pasta e a recriação do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para ser entregue aos partidos que compõem o Centrão.

Segundo apurou o Estadão, no Palácio do Planalto já se fala no planejamento de uma “pequena reestruturação”. Apesar da ameaça de Paulo Guedes perder o status de superministro, auxiliares do presidente dizem que ele segue tendo o respaldo do governo. Um dos secretários de Guedes, Carlos da Costa, foi indicado pelo governo à presidência do braço de investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o que poderia abrir a oportunidade para as mudanças.

A recriação do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e também a volta do Ministério de Trabalho e Previdência (esta noticiada pelo site Poder360) vêm sendo discutidas desde o início da aliança do Centrão com Bolsonaro, movimento que se intensificou durante a pandemia e mudou a articulação do governo no Congresso.

A reforma ministerial começou a ser comunicada por líderes do governo, segundo relatos de interlocutores ao Estadão. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também tem acompanhando as conversas de perto e fazendo sondagem entre parlamentares sobre quem poderia ocupar as novas pastas de Trabalho e Indústria. Em busca de apoio para sua reeleição, Alcolumbre tem se colocado como um articulador do Planalto.

As mudanças no governo, segundo interlocutores do Planalto, também têm como pano de fundo a eleição na Câmara de Deputados. Até aqui, a ordem oficial é dizer que Bolsonaro não pretende interferir no processo. Entretanto, nos bastidores é forte a pressão dos aliados do Centrão para que ele embarque na candidatura do deputado Arthur Lira (PP-AL), um dos líderes do bloco.

Um dos nomes cogitados para um eventual Ministério da Indústria e Comércio Exterior é o do vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (RepublicanosSP). O deputado ocupou a mesma pasta no governo Michel Temer. A interlocutores, entretanto, Marcos Pereira afirma que não tem interesse em voltar para o Executivo e que segue na disputa pela presidência da Câmara. Ligado à Igreja Universal, o parlamentar é presidente do Republicanos, partido que abriga o senador Flávio Bolsonaro (SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (RJ), filhos do presidente.

Em transmissão nas redes sociais, Bolsonaro disse que a informação sobre a divisão do ministério é “fake news para tumultuar, para desgastar Paulo Guedes, como se eu estivesse fazendo as coisas por trás dele”. “Não existe da nossa parte interesse em recriar qualquer ministério.” Já o ministro afirmou que “não existe isso”. “É conversa fiada.”

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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