CEO da Petrobras vai renunciar antes do fim do mandato em abril, dizem fontes
Caio Paes de Andrade decidiu renunciar ao cargo de presidente da Petrobras antes do fim de seu mandato em abril de 2023, mas ainda não definiu uma data para deixar a posição, disseram à Reuters seis fontes com conhecimento do assunto.
A saída antecipada do executivo demandará que seja escolhido um interino para presidir a Petrobras até que sejam concluídos todos os trâmites burocráticos e de governança necessários para que um novo presidente possa ser indicado pelo governo federal e tome posse.
Procurada, a Petrobras disse que não iria comentar. Andrade não respondeu de imediato a um pedido de comentário."Está tudo pronto para a saída dele (de Andrade), mas até agora ele não anunciou uma data", afirmou uma das fontes.
Com sua renúncia, Andrade abriria caminho para que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva acelere suas mudanças na gestão da petroleira a partir de sua posse em janeiro.
Anteriormente, Andrade havia sinalizado a interlocutores que poderia concluir o seu mandato antes de deixar a companhia, conforme a Reuters publicou em novembro, a partir de informações de fontes. No entanto, posteriormente, Andrade aceitou um convite do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para compor o governo paulista no próximo ano, o que elevou as expectativas de uma saída antecipada.
Uma segunda fonte afirmou que Andrade não comunicou oficialmente nada à diretoria da Petrobras sobre sua saída, "mas a expectativa é de que ele assuma sua novas funções no governo de SP 'asap' (sigla em inglês para 'o mais rápido possível'".
Com a saída de Andrade, o governo eleito de Lula buscará influenciar na escolha de um nome na atual diretoria ou no conselho para atuar como interino, segundo outras duas fontes.
Na véspera, o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, que participou do gabinete de transição para o governo de Lula, disse em publicação no Instagram que os senador Jean Paul Prates (PT-RN) foi escolhido por Lula para presidir a Petrobras, mas depois apagou a postagem.
Uma fonte próxima às discussões, no entanto, afirmou à Reuters que Prates foi mesmo escolhido por Lula para comandar a Petrobras. Por questões políticas, no entanto, ficou decidido que o anúncio não seria feito prontamente, pois ainda haveria arestas a sanar, segundo a fonte.