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Com disparada nos preços, empresas tentam diminuir o uso de combustíveis

A inflação tem afetado a economia brasileira como um todo, nenhum setor ficou de fora dos aumentos de preços. Mas é fato que os combustíveis se destacaram muito nesse quadro, porque o petróleo ficou mais caro fora do país e o real perdeu valor em relação ao dólar. E, diante disso, cortar esse tipo de despesa se tornou fundamental.

A autoescola costumava buscar os alunos em casa antes das aulas práticas. Também oferecia uma aula extra, além das obrigatórias no centro da cidade. Com a disparada dos combustíveis, as cortesias estavam pesando e foram cortadas. Resultado? Economia de 20%.

“Hoje, a gente não tem mais alternativa, não tem mais o que fazer. Porque se a gente repassar mais custos para o cliente, aumentar preço, enfim, nossos clientes irão sair das nossas autoescolas”, explica o diretor do local, José Mário Rodrigues.

Na sexta-feira (29), o preço da gasolina subiu pela terceira semana seguida. O brasileiro está pagando, em média, R$ 7,28 pelo litro - o maior valor desde que a ANP começou a fazer o levantamento de preços, há 18 anos. O diesel aumentou para R$ 6,61, e o etanol, para R$ 5,54.

Uma transportadora tem uma frota de 1,2 mil caminhões. Cada um roda, em média, 9 mil quilômetros por mês - mais de três vezes a distância, por terra, entre Belo Horizonte e Natal via BR-116. Só com combustível de cada caminhão são quase R$ 30 mil por mês. Tudo controlado por um software, instalado no painel do veículo; o sistema coleta as informações como localização, velocidade e a forma de condução.

Vagner Peixoto Araújo é motorista há mais há 25 anos e, apesar de toda experiência, ele aprendeu com o programa a usar melhor o acelerador.

“Nós tínhamos o costume de acelerar o veículo parado, no semáforo. Hoje, o sistema me corrige se eu faço essa prática”, relembra.

O sistema começou a ser implantado em 2019. Hoje, a economia por caminhão chega a 360 litros de diesel por mês. “Isso nos ajudou agora nesse momento difícil que, na verdade, com esse preço do diesel, dependendo da situação, fica até inviável rodar”, afirma Flávio Morais, diretor da transportadora.

Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, diz que tecnologia e treinamento dão resultado.

“Hoje, tem tecnologia muito favorável às empresas que permitem uma roteirização otimizada para as entregas, seja na última milha dentro dos centros urbanos ou como na média e longa distância. E os resultados são muito interessantes. Podem ocorrer economias de até 15%, que é altamente significativo para os custos operacionais das empresas”, explica.

Autor/Veículo: Jornal Nacional
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