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Com normalização de atividades, prestação de serviços sobe 1,1%

Impulsionada pela normalização do funcionamento da maioria dos negócios (após o período mais agudo da pandemia) e por segmentos como tecnologia da informação (TI) e transporte de cargas, a prestação de serviços subiu 1,1% em julho ante junho, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A atividade já cresceu 8,9% desde fevereiro de 2020 – um mês antes do início da pandemia de covid-19 – e está apenas 1,8% abaixo da registrada em novembro de 2014, o ponto mais alto da série histórica.

O avanço em julho foi puxado por três das cinco atividades investigadas, com destaque para transportes (2,3%), informação e comunicação (1,1%) e serviços prestados às famílias (0,6%). Na outra direção, houve queda em outros serviços (-4,2%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%).

O resultado de julho veio acima do consenso de analistas de mercado, que esperavam crescimento de 0,7%, conforme pesquisa do Projeções Broadcast. O estrategista da gestora RB Investimentos, Gustavo Cruz, diz que o desempenho dos serviços em julho sugere que as sucessivas surpresas positivas com o crescimento econômico, verificadas no primeiro e no segundo trimestres, poderão se repetir agora no terceiro. A tendência, segundo o especialista, é que as projeções para o crescimento do ano continuem sendo revisadas para cima, algo entre 2,5% e 3,0% ante 2021.

Após a divulgação dos números pelo IBGE, a XP Investimentos informou que sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, o valor de tudo o que é gerado na economia) no terceiro trimestre avançou de 0,5% para 0,6%.

Outras instituições, como o Banco Mizuho e a gestora AZ Quest, mantiveram as projeções de expansão da atividade no terceiro trimestre – de 0,3% sobre o segundo trimestre, em ambos os casos –, mas reconheceram um viés de alta. Para o estrategista-chefe do Mizuho, Luciano Rostagno, o desempenho acima do esperado dos serviços sugere que o setor pode “amortecer” o freio previsto para a economia no segundo semestre.

A freada está em praticamente todos os cenários traçados por analistas, mas vem sendo postergada desde o início do ano. “A tendência de desaceleração da atividade, a meu ver, permanece. Mas a surpresa do setor de serviços sugere que essa desaceleração pode acontecer de forma mais gradual”, afirmou Rostagno.

FÉRIAS.

Em julho, as férias escolares podem ter contribuído para o crescimento dos serviços prestados às famílias (0,6%) e dos transportes aéreos (6,8%). Além disso, atividades ligadas à sociabilização (bares, restaurantes, hotéis, salões de beleza, lazer e entretenimento) também mostraram recuperação e tendência de normalização. •

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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