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Combustíveis: Preços já começam a subir em vários postos

Na última quinta-feira, a Petrobras anunciou que a gasolina e o diesel vão ficar mais caros. A partir do dia seguinte subiriam, respectivamente, 5,18% e 14,25% nas refinarias, o que reflete em toda a cadeia até chegar ao consumidor. Mas, com a notícia, mesmo sem nem ter recebido os combustíveis reajustados, vários postos trocaram as tabelas de preços imediatamente nas bombas.

Consumidores relataram o aumento instantâneo entre sexta e sábado. E representantes de postos de combustíveis, sob condição de anonimato, confirmaram ao Globo que já preparavam a atualização dos valores para o fim de semana.

O médico Danilo Domingues compartilhou em sua rede social a situação na cidade onde mora, em João Pessoa, na Paraíba. Ele passou por um posto de gasolina com fila na noite quinta-feira e abasteceu ao valor de R$ 6,99 o litro. Na sexta-feira, o combustível já custava R$ 7,59.

Com o novo valor a gasolina na refinaria passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro e o diesel de R$ 4,91 para R$ 5,61.

Além da inflação dos alimentos, os combustíveis têm sido um dos maiores custos para a população. Isso reflete diretamente ao abastecer o veículo, por exemplo, como também indiretamente a exemplo do frete que incide nas mercadorias. Em 12 meses, a gasolina acumula alta de 28,73% e o diesel 52,27%, segundo IPCA, índice oficial da inflação, calculado pelo IBGE.

Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o dono de uma rede de supermercados viu a oportunidade nos dois calos dos brasileiros: inflação dos alimentos e combustível.

O advogado e empresário Marcos Chmiel contou, também em suas redes sociais, que ao procurar um posto antes do aumento, viu a promoção desta esta rede, cuja proposta é reduzir em R$ 0,30 o valor do litro para fosse abastecer após realizar uma compra de mercado.

- A promoção desse posto em específico é sensacional. Comprando qualquer valor em um dos mercados indicados e apresentando a nota fiscal, o litro da gasolina comum cai de R$ 6,89 para R$ 6,59 - relata.

Precificação é livre

Segundo a última pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do dia 11 de junho, a média do preço da gasolina no Brasil é de R$ R$ 7,247, chegando a ser encontrada a R$ 8,49. O diesel ficou estável, em R$ 6,88, nas duas últimas semanas.

O balanço da ANP é publicado às sextas-feiras, mas, devido ao feriado, o próximo será divulgado na terça-feira, dia 21 de junho, referente ao período de 12/06 a 18/06.

Sobre os reajustes nos postos no fim de semana, a agência explicou que acompanha os preços dos combustíveis como forma de dar transparência aos valores praticados no mercado, mas que a precificação é livre no Brasil, por lei, desde 2002.

“Não há preços máximos, mínimos, tabelamento, nem necessidade de autorização da ANP, nem de nenhum órgão público para que os preços sejam reajustados ao consumidor”, disse por nota.

O aumento dos preços dos combustíveis tem sido um fardo para o bolso do consumidor brasileiro. No entanto, a batalha é muito mais complexa.

De um lado, está a Petrobras que alega que os preços estão defasados em relação ao mercado internacional e que há, inclusive, o risco de faltar diesel no segundo semestre.

Do outro, está o governo que tenta a todo custo segurar os preços a quatro meses das eleições. O presidente Jair Bolsonaro já determinou a troca do comando da Petrobras e pressiona a empresa enquanto tenta alinhar com o Congresso um pacote de medidas para desonerar os combustíveis.

No sábado, disse que conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e com o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR) sobre a abertura de uma CPI para investigar a Petrobras.

Autor/Veículo: O Globo
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