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Commodities em alta dão impulso extra à balança

A alta surpreendente das commodities abriu espaço para projeções de superávit recorde de balança comercial brasileira e termos de troca superiores aos de 2011, no auge do que foi chamado de superciclo desses ativos. O cenário de bonança promovido pelo impulso externo pode ampliar de perto de 40% em 2020 para cerca de 45% neste ano a participação das cadeias de commodities no Produto Interno Bruto (PIB), considerando desde extração e produção até exportação e serviços finais.

Segundo analistas, porém, a retomada da economia brasileira como um todo em 2021 ainda depende de fatores domésticos, como o ritmo de vacinação, com uma superação da pandemia que torne possível reduzir restrições e elevar a renda disponível. No cenário, ainda causam certa preocupação a inflação impulsionada pelo câmbio, apesar da recente valorização do real, e o quadro fiscal, considerado não resolvido por completo.

O novo ciclo de commodities, diz Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, deve perdurar ainda por algum tempo. Nos próximos 12 a 18 meses, a esperada reabertura do mundo com a vacinação e o pacote fiscal dos Estados Unidos é o que deve impulsionar a demanda. O pacote de US$ 6 trilhões do presidente americano, Joe Biden, na infraestrutura, deve ter impacto altamente poupador de petróleo e investidor em novas tecnologias, o que aumenta a demanda por commodities metálicas, aponta Honorato. “O minério de ferro superou os US$ 200 a tonelada não somente pelo ciclo de curto prazo, mas talvez haja uma antecipação a essa economia verde que Biden pretende construir.”

O crescimento simultâneo de China e EUA reforça uma demanda global mais aquecida e commodities em alta talvez até um pouco além do previsto, diz a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória. “Achávamos que já poderíamos estar no pico e que essa expectativa de crescimento já estaria precificada, mas essa última ‘pernada’ pode indicar avanço até um pouco mais robusto”, afirma. Para ler esta notícia, clique aqui.

Autor/Veículo: Valor Econômico
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