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Compass prevê levantar R$ 900 milhões com venda de distribuidoras de gás

A Compass deve levantar cerca de R$ 900 milhões, no total, com a venda de participação em distribuidoras estaduais de gás natural que vieram no pacote da antiga Gaspetro, indicou ontem o presidente da Cosan, Luis Henrique Guimarães. O grosso desse valor já foi arrecadado. Até o fim de julho, R$ 726 milhões foram recebidos pela venda de participações da Commit Gás, novo nome da Gaspetro, a partir do exercício do direito de preferência dos Estados em cinco distribuidoras: Algás, Bahiagás, Cegás, Cebgás e PBgás.

Na Algás e na Cegás, a Commit manteve fatia de 29,4% após o direito de preferência. Além dos Estados, a sócia Mitsui Gás e Energia, que tem participação direta de 41,5% em oito distribuidoras, seis delas no Nordeste e duas no Sul, também pode exercer direito de preferência. A compra da fatia de 51% da Petrobras na Gaspetro pela Compass foi concluída em 11 de julho, por cerca de R$ 2,1 bilhões. Com a operação, a Compass acertou com a Mitsui a mudança de nome da antiga Petrobras Gás para Commit e a nomeação do executivo Renato Fontalva para a presidência da empresa.

“O foco de prioridade é São Paulo, que já era uma operação importante com a Comgás e fica maior com a GasBrasiliano ”, afirmou Guimarães, em teleconferência com analistas para comentar os resultados do segundo trimestre. Em seguida, no foco da companhia, vem a Sulgás e, então, as demais operações do portfólio da Commit.

“Assim que pudermos, vamos divulgar as que ficarão. Desde o começo a gente disse que iria de 19 distribuidoras para sete”, ressaltou. A estratégia é concentrar as operações da Commit em determinadas regiões, com a venda das participações no Norte e no Nordeste, segundo fontes de mercado.A empresa não divulgou ainda a lista final de distribuidoras que seguirão em seu portfólio. “No final, teremos uma concentração geográfica que faz sentindo em termos de potencial de crescimento”, reiterou.

A Compass encerrou o segundo trimestre com resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 878 milhões, alta de 35% na comparação anual. A melhora dos volumes distribuídos nos segmentos residencial, comercial e automotivo mais do que compensou a queda no industrial.

A consolidação dos números da Sulgás e margens superiores com os reajustes de preço pela inflação também contribuíram para a melhora do desempenho trimestral. Com a aquisição da antiga Gaspetro, a Compass elevou as perspectivas de resultado em 2022. Agora, projeta Ebitda ajustado entre R$ 3,2 bilhões e R$ 3,5 bilhões no ano, frente a R$ 3 bilhões a R$ 3,3 bilhões estimados anteriormente.

De acordo com o presidente da Cosan, o grupo manterá a postura financeira conservadora em termos de alocação de capital nos próximos trimestres diante do cenário macroeconômico no Brasil e no mundo, com inflação e alta dos juros. Para ler esta notícia, clique aqui.


Autor/Veículo: Valor Econômico
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