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Copom vê cenário incerto e evita dar pistas sobre novas altas da Selic

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgada ontem trouxe muita informação, mas poucas pistas sobre quais serão os próximos passos da instituição em relação à Selic, a taxa básica de juros.

No documento, o BC se concentrou em fazer uma atualização sobre a conjuntura, em particular no cenário internacional, e da inflação corrente, mas não deu indicações – tão esperadas – sobre o futuro da Selic. Na semana passada, o Copom elevou a taxa em 1 ponto porcentual, de 11,75% para 12,75% ao ano.

Na ata, o comitê se limitou a sinalizar como “provável” um novo aumento de juros, ainda que de menor magnitude, na próxima reunião, em junho.

O Copom resumiu em apenas três parágrafos, dos 20 da ata, para falar sobre o futuro da política monetária, sendo que dois deles já estavam presentes no comunicado do órgão, divulgado no dia do anúncio do reajuste da Selic.

“O Comitê optou, então, por sinalizar, como provável, uma extensão do ciclo, com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, disse, no único trecho novo sobre os “próximos passos”.

O colegiado repetiu que o ciclo de altas já foi bastante prolongado e que seus efeitos sobre a inflação ainda serão sentidos – o Copom já aponta para um recuo da atividade econômica em razão da política de aperto dos juros. O BC voltou a mencionar também que a cautela do órgão reflete a incerteza do cenário econômico interno e externo.

O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.

Em relação ao cenário atual, o BC pareceu bem preocupado com a conjuntura internacional, particularmente com pressões inflacionárias mais persistentes. Diante desse quadro, o colegiado indicou temer efeitos da alta de juros em países desenvolvidos e a desaceleração da atividade global. •

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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