Notícias

Cosan eleva a aposta em lubrificantes

Joint venture entre Cosan e Shell nas áreas de distribuição de combustíveis, açúcar e álcool e bioenergia, a Raízen informou ontem que vai comprar a operação de lubrificantes da Shell no Brasil, em um movimento que amplia de maneira importante a presença de um dos maiores conglomerados brasileiros nesse negócio. Com duas operações independentes, cujas estratégias e sócios são diferentes, a Cosan estará posicionada para crescer no mercado doméstico via Raízen, ao mesmo tempo em que busca avançar o plano de internacionalização da Moove.
Com a aquisição, a Raízen passará a concorrer diretamente no mercado brasileiro também com a Moove, empresa de lubrificantes da Cosan que tem o fundo de private equity CVC Capital Partners como sócio. No país,
o mercado de lubrificantes é caracterizado pela concorrência acirrada entre as cinco maiores participantes - Iconic, BR, Moove, Shell e Petronas, com 70% do mercado nacional- e de múltiplos fornecedores.


Detalhes financeiros da operação, bem como projeções para a nova área de negócio, não foram revelados por causa da oferta inicial de ações (IPO) da Raízen, cujo pedido foi protocolado na quinta-feira. O negócio foi informado ao mercado por meio de fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De partida, a Raízen entra no mercado brasileiro de lubrificantes com uma participação de 14,9%, herdada da Shell, e média mensal de vendas de 14,5 mil metros cúbicos em 2021, segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).
A líder de mercado é a Iconic, joint venture entre Ipiranga (controlada pela Ultrapar) e Chevron, seguida pela BR, em uma disputa que em alguns momentos se dá ponto a ponto. Moove e Shell aparecem no ranking na sequência.
Se consolidada a presença direta (via Moove) e indireta (via Raízen) da Cosan em lubrificantes no país, o grupo teria a liderança virtual do mercado nacional, com uma fatia estimada em até 28% ou 30%.
Esse cálculo leva em conta números do Sindicom e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e não considera que a fatia da Cosan na Raízen é de 50%. Para ler esta notícia, clique aqui.

Autor/Veículo: Valor Econômico
Compartilhe: