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Crimes virtuais aumentam 273% no Rio. Cartilha ensina como se proteger

Os crimes virtuais cresceram 273% entre março e agosto deste ano, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), indicando que os criminosos têm se aproveitado da pandemia e do aumento das transações digitais para aplicar golpes.

Em razão disso, o Governo do Estado elaborou uma cartilha com orientações e dicas de especialistas em segurança virtual da Secretaria de Polícia Civil e do Procon-RJ para evitar que essas fraudes façam mais vítimas.

Um dos golpes mais recorrentes é o que tenta furtar senhas de acesso dos usuários por meio do envio de mensagens via e-mails, SMS, WhatsApp. Os criminosos se passam por empresas privadas e bancos e solicitam a atualização ou confirmação de informações sobre a conta. O objetivo é redirecionar o usuário para uma página falsa para roubar as informações inseridas ou instalar um vírus no seu dispositivo.

— A cartilha, lançada pelo Governo do Estado, é um marco na defesa da sociedade, um importante instrumento de proteção ao usuário neste novo mundo tecnológico repleto de armadilhas. Muitos desses crimes no ambiente virtual ainda são desconhecidos por grande parte da população — afirmou o secretário da Polícia Civil, delegado Allan Turnowski.

Já o presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho, disse que o papel da cartilha é de prevenção:

— Com cidadãos informados, podemos reduzir as chances de as pessoas caírem em golpes e fraudes. Sempre que tomarmos ciência de um novo golpe, vamos orientar para proteger os consumidores.

A cartilha estará disponível nesta terça-feira no site do governo www.rj.gov.br.

Golpe do Whatsapp
Segundo o governo, vem crescendo um novo golpe que permite a habilitação do Whatsapp da vítima em outro aparelho. Isto é possível com o uso de uma senha que é enviada por SMS.

O golpista entra em contato com a vítima, se passando por funcionário de um site. Ele explica que será enviado um SMS com uma senha e solicita os números para validar o anúncio. Assim que a vítima informa o código, os criminosos passam a ter controle sobre o seu WhatsApp.

Passando-se pela vítima, passam a pedir dinheiro para todos os seus contatos. Por isso, os especialistas recomendam aumentar a segurança do WhatsApp por meio da ativação da confirmação em duas etapas.

Os especialistas em segurança digital da Polícia Civil fluminense também recomendam nunca abrir anexos ou links de mensagens que não foram solicitadas e, em hipótese alguma, fornecer seus dados pessoais.


Atenção na hora das compras on-line
O Procon-RJ também recomenda que os consumidores tenham cuidado ao pesquisar produtos na internet.

"Por mais que sejam tentadores, preços muito abaixo do mercado são indícios de golpe ou de ser uma mercadoria roubada. Por isso, desconfie de valores e promoções. Outro ponto de atenção é pesquisar em sites conhecidos e buscar informações sobre a reputação da empresa", ensina o órgão de defesa do consumidor.

No ato da compra, é preciso verificar se há canais de comunicação para eventuais reclamações ou dúvidas dos consumidores.

Após o pagamento, é importante salvar o registro de todo o passo-a-passo da compra. Guarde todos os e-mails de confirmação do pedido, pagamento e qualquer outra comunicação que receba da loja.

Guarde comprovantes e, se for vítima de fraude, registre a ocorrência

Caso o usuário tenha sido vítima de estelionato virtual, é fundamental registrar a ocorrência em uma delegacia. Segundo a Polícia Civil, é a partir dos boletins que é possível dar início às investigações que podem chegar aos autores dos crimes.

Leve todos os documentos, o aparelho celular e demais itens que possam comprovar o crime, inclusive prints de tela de computadores e celulares.

Se a fraude tiver ocorrido a partir de uma relação de consumo (compra de bem ou serviço), abra uma reclamação pelo www.procononline.rj.gov.br ou pelo app Procon RJ.

Veja algumas dicas
Cuidado com links e e-mails recebidos
Não instale aplicativos de origem desconhecida, ou por meio de links recebidos em serviços de mensagens
O ideal é acessar a loja de aplicativos do seu celular (Google Play ou Apple store), e baixar por esse caminho. Muitos golpistas criam links e aplicativos falsos, parecidos com os reais, para aplicar golpes
Atenção ao receber links e boletos por e-mail. Verifique se o endereço que aparece após o @ é o site oficial da empresa. Por exemplo: financeiro@NomeDaLoja.com.br
Desconfie de valores muito diferente (acima ou abaixo) daqueles que costuma pagar por um serviço ou uma mensalidade. Na dúvida, ligue para o serviço de atendimento da empresa ou instituição
Coronavírus: Golpes financeiros crescem durante a quarentena

Desconfie sempre
Sites com preços muito abaixo do mercado merecem atenção dobrada!
Em caso de dúvida, não compre e entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa solicitando informações
Suspeite de mensagens de instituições financeiras solicitando confirmação de dados ou oferecendo pontos de programas de fidelidade
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Verifique a reputação da empresa
Ao comprar em sites desconhecidos, é importante pesquisar o que outros consumidores relataram sobre a empresa nas redes sociais. Conhecer a opinião dos outros é uma forma de consultar a reputação do vendedor
Jamais insira dados pessoais (como nome, CPF, endereço e número de cartões) em página de pagamento de uma empresa desconhecida
Não forneça os dados pessoais para qualquer e-mail que chegue na caixa de entrada

Autor/Veículo: O Globo
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