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Desemprego bate novo recorde e vai a 14,6% em setembro, com alta em 10 estados

A taxa de desemprego no Brasil bateu novo recorde e subiu para 14,6% no trimestre encerrado em setembro, segundo dados da Pnad Contínua do IBGE, divulgados hoje. Essa é a maior taxa registrada na série histórica do instituto, iniciada em 2012.

São 14,1 milhões de pessoas em busca de trabalho. Em apenas três meses, mais 1,3 milhão de pessoas entraram na fila do emprego. Em agosto, a taxa de desemprego já havia batido recorde, 14,4%.

Segundo a analista da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de desemprego reflete a flexibilização das medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19.

“Houve maior pressão sobre o mercado de trabalho no terceiro trimestre. Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação”, explica.

População ocupada é a menor da série

Os dados do IBGE revelam um mercado de trabalho ainda muito frágil. Em um ano, foram fechadas 11,6 milhões de vagas no país, o que levou a população ocupada ao menor nível desde o início da série histórica, em 2012: eram 82,5 milhões de pessoas ocupadas em setembro.

Assim, o nível de ocupação foi de 47,1%, mantendo a curva descendente dos últimos meses. Desde o trimestre encerrado em maio, o nível de ocupação está abaixo de 50%. Isso significa que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

A Pnad traz informações do mercado de trabalho que inclui os informais e tem uma base trimestral. Nesta quinta-feira, o Ministério da Economia divulgou o saldo de vagas em outubro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que considera apenas o emprego com carteira assinada e tem base mensal.

Foram criados 394.989 empregos formais em outubro, o melhor registro para o mês desde 1992, início da série histórica.

Mas os dados da Pnad mostram que o número de pessoas com carteira assinada no mercado de trabalho caiu no trimestre. Houve uma perda de 788 mil postos de trabalho formais (queda de 2,6%) nos três meses encerrados em setembro frente a igual período do ano anterior.

Segundo o IBGE, eram 29,4 milhões de empregados com carteira assinada no país no fim do terceiro trimestre.

Rio tem desemprego acima da média

No terceiro trimestre, a taxa de desemprego subiu em dez estados e ficou estável nos demais. As maiores taxas foram na Bahia (20,7%), em Sergipe (20,3%) e em Alagoas (20,0%). No Rio, a taxa também está acima da média nacional. Ficou em 19,1%. O menor índice foi registrado em Santa Catarina (6,6%).

Autor/Veículo: O Globo
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