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Diretora da Petrobras vê avanços no refino


Depois de quase dois anos à frente da diretoria de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara está de saída da estatal. Ela deixou o cargo ontem e se desliga da estatal na segunda-feira. A decisão, segundo ela, é “pessoal e refletida” e vem do desejo de buscar nova posição na indústria de óleo e gás que lhe permita dedicação “mais flexível” ao trabalho. Responsável pela gestão operacional de ativos importantes no programa de desinvestimentos, a executiva se despede “confiante” no avanço da venda dos ativos, mas vê com preocupação a proximidade das eleições de 2022 e como o processo pode prejudicar a abertura do setor.

Anelise nega que os atrasos nos desinvestimentos tenham pesado na decisão de sair da Petrobras, comunicada na mesma semana em que o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., anunciou a saída da estatal elétrica, diante de dúvidas sobre a privatização da empresa. “Mas eu gostaria que estivéssemos numa fase mais avançada dos processos [de desinvestimentos]”, admite Anelise.

Ela teme que a aproximação do calendário eleitoral prejudique a agenda de abertura do refino e do gás: “Períodos eleitorais são períodos desgastantes”, disse ao Valor. “Temo que, com as eleições, essa agenda de reforma econômica fique mais complicada. A Nova Lei do Gás está inserida nesse contexto. É preciso ter em mente que a abertura do mercado passa também pela solução de entraves regulatórios. A Petrobras, sozinha, não abre o mercado”, completou.

Apesar disso, a executiva destaca que os desinvestimentos estão avançando. A Petrobras assumiu compromisso com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para vender oito refinarias e sair do transporte e distribuição de gás até o fim do ano. Anelise diz que a pandemia também atrasou o cronograma e que a sistemática dos desinvestimentos da Petrobras, definida pelo Tribunal de Contas da União, torna as negociações mais longas e complexas. “Mas estou confiante no avanço.”

Engenheira, Anelise se aposenta da Petrobras depois de 35 anos de carreira na estatal. Ela conta que recebeu contatos da iniciativa privada e que aproveitará a quarentena para decidir o futuro. “Participar de conselhos e consultorias pode ser mais flexível [na gestão do tempo]”, disse. “Vivi o boom do pré-sal. Depois os efeitos da Lava-Jato e a recuperação da companhia. Participei dos desinvestimentos. Foi tudo intenso. Saio por uma decisão refletida, por uma necessidade pessoal”, afirmou.

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Autor/Veículo: Valor Econômico
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