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'Dividendos são a maior contribuição da Petrobras', afirma Silva e Luna

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, rebateu ontem crítica do presidente Jair Bolsonaro de que a estatal deveria lucrar menos e ter uma atuação com foco mais social. A posição de Silva e Luna, no entanto, é de que a empresa obedece a leis e que, por isso, não poderia segurar os preços dos combustíveis. Ele não especificou, no entanto, a qual lei se referia.

“Existem no Brasil leis que estabelecem como a Petrobras deve atuar. Como gestores públicos, não podemos atuar fora da lei. As maiores contribuições à sociedade são via pagamento de tributos e dividendos”, disse Silva e Luna, em entrevista coletiva para detalhar o resultado financeiro do terceiro trimestre deste ano.

A Petrobras registrou lucro de R$ 31,14 bilhões no período, pelo menos R$ 10 bilhões acima das projeções de analistas. O resultado veio na esteira da recuperação da demanda e do forte aumento dos preços no mercado doméstico. A empresa tem como política reajustar seus preços em linha com a cotação internacional do petróleo.

A empresa passou a ser alvo de ataques tanto de Bolsonaro, quanto do ministro da Economia, Paulo Guedes, que defenderam a privatização da companhia. Em sua live na última quinta-feira, Bolsonaro disse que a Petrobras “tem de ser empresa que dê lucro não muito alto, como tem dado”.

ACIONISTAS.

Mais uma vez, Silva e Luna disse que não controla a cotação internacional do petróleo, uma das variáveis consideradas no cálculo de reajuste dos seus combustíveis. Reiterou, também, que o retorno à sociedade acontece, principalmente, por meio do pagamento de dividendos à União, seu acionista majoritário.

“Acionista majoritário recebe a maior parte e decide empregar em política pública, o que a Petrobras não pode fazer. Existe grande desconhecimento da sociedade sobre o que a Petrobras pode fazer. Não podemos fazer políticas públicas, temos de cumprir a lei”, disse ele.

CAMINHONEIROS.

Silva e Luna negou que esteja se sentindo pressionado pelos caminhoneiros, que planejam uma greve a partir da próxima segunda-feira. “Fazemos questão de que o máximo de eficiência dos nossos resultados gere o máximo de tributos e dividendos para a União, a gente pensa nos mais vulneráveis e em quem precisa para seu trabalho, como os caminhoneiros.”

Segundo ele, Congresso e governo estão estudando alternativas para amenizar a subida dos preços dos derivados do petróleo no Brasil, em um momento em que a commodity sobe sucessivamente, e que está sendo avaliada, por exemplo, a criação de um fundo para estabilizar a oscilação de preços.

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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