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'São carros-bomba', diz delegado de SC sobre transporte de gasolina e gás de cozinha

A Receita Federal de Santa Catarina flagrou nos últimos dias veículos transportando gasolina e gás de cozinha na fronteira com Argentina. Segundo o órgão, a alta dos preços dos produtos no Brasil têm motivado o comércio ilegal entre os países. A Receita Federal informou que intensificou a fiscalização nos pontos de entrada clandestinos.

"São verdadeiros carros-bomba. Devido à diferença de preços [entre o Brasil e a Argentina] há entrada de grande quantidade de gasolina e gás de cozinha", informou o delegado Mark Tollemache, da Receita Federal em Dionísio Cerqueira, no Oeste catarinense.
Segundo o órgão, nas últimas semanas houve apreensão de cerca de 2 mil litros de combustível e 120 botijões trazidos de forma irregular do país vizinho na região de fronteira, de Santa Catarina e Paraná. Nos flagrantes é possível ver galões de gasolina e botijões de gás lado a lado.

De acordo com as investigações, o botijão de gás argentino está custando entre R$ 25 e R$ 30. Já o litro da gasolina sai por R$ 3 a R$ 3,50. Segundo a Petrobrás, em pesquisa realizada entre os dias 24 e 30 de outubro de 2021, o valor médio do gás de cozinha no estado era de R$ 110,08 e o da gasolina de R$6,41.

O crime para quem traz esses produtos sem a anuência das agências reguladoras, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) é de contrabando. Até o momento não houve prisões.

"Quem compra o produto que sabe ser objeto de contrabando poderá responder pelo mesmo crime que quem trouxe o produto", informou chefe da seção de vigilância da Receita Federal Arnaldo Borteze.

Risco de explosão
O chefe da seção de vigilância da Receita Federal de Dionísio Cerqueira, no Oeste, Arnaldo Borteze enfatiza sobre o risco de explosões, tanto durante o transporte dos produtos, quanto nos locais de armazenamento.

"Há riscos de explosão, pois os produtos são transportados em recipientes inadequados, geralmente junto com botijões de gás de cozinha o que aumenta o risco", afirmou Arnaldo

Transporte irregular
O transporte dos produtos, segundo o delegado, é realizado através de estradas vicinais, que não possuem revestimento asfáltico, e em veículos de passeio em grande quantidade. O transporte é feito por brasileiros e também por argentinos que cruzam a fronteira por passagens clandestinas para revender os produtos no Brasil.

"[São transportados] em recipientes que não trazem segurança para o seu transporte. Isso gera um alto risco de explosão, colocando toda a população em perigo. Os preços atrativos fazem com que os criminosos tragam grandes quantidades destes produtos para a revenda",

A Receita Federal deverá seguir em operação concentrada para flagrar o transporte irregular de combustível e gás de cozinha, em parceria com outros órgãos como Exército, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal.

Autor/Veículo: G1
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