Notícias

Em dia de ata do Copom, juros futuros fecham em alta

A sinalização extraída da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira (9), segundo os participantes do mercado, é que a autoridade monetária está realmente inclinada a pôr fim ao ciclo de altas de juros no país. Para além disso, sinais incipientes de melhora qualitativa da inflação também serviriam como alívio para o mercado de juros. No entanto, após o rali recente nas taxas, uma realização de lucros ganhou força nos mercados, nesta terça e, em linha com os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries), os juros futuros acabaram fechando o dia em alta, em especial na ponta longa da curva.
No horário de encerramento da sessão regular, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 anotou leve queda a 13,72%, de 13,745% do ajuste anterior; e a taxa do DI para janeiro de 2024 subiu a 12,985%, de 12,92% na véspera.
Já a taxa do DI para janeiro de 2025 avançou a 11,93%, de 11,85%, e a taxa do DI para janeiro de 2027 foi a 11,755%, de 11,66% da véspera.
Vale ressaltar que, mesmo após a alta de hoje, a taxa do DI para janeiro de 2025 acumula queda de aproximadamente 0,5 ponto percentual desde a decisão do BC na última quarta-feira (3), enquanto a taxa do DI para janeiro de 2027 exibe queda próxima a 0,7 ponto.
A ata do Copom indica, na visão de agentes financeiros, que o cenário-base da instituição segue sendo o de manutenção da taxa Selic em 13,75%. Segundo o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otávio Leal, ao longo do documento, o Copom toma bastante cuidado para não parecer que está minimizando os riscos ao cenário prospectivo de inflação, mas, na sequência indica um risco no sentido contrário.
No fim das contas, segundo ele, acaba pesando o fato de que o Banco Central acha que já fez o suficiente. “Está fechada a porta? Não. Em um mês e meio pode acontecer muita coisa, mas ele deixou uma probabilidade bem maior de manutenção em setembro”, afirma.
A visão é semelhante à do economista-chefe do Modal, Felipe Sichel, para quem fica evidente que o fim do ciclo de aperto monetário está muito próximo e que “a barra para o Banco Central elevar novamente a Selic parece bastante elevada”, afirmou.Para ler esta notícia, clique aqui.


Autor/Veículo: Valor Econômico
Compartilhe: