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Empresas radicalizam e adotam home office para 100% da equipe

Foi na Quarta-feira de Cinzas, em 26 de fevereiro do ano passado, que a consultoria Laclaw mudou para seu novo escritório. Após fechar contrato em janeiro e de um curto período de reforma, a empresa ampliou seu espaço corporativo de 300 para 570 m². Três semanas depois, veio o lockdown – e a Laclaw, que nunca tinha trabalhado remotamente antes e nem tinha planos de fazê-lo, foi “jogada” no home office.

Em meio às mudanças na cobrança de impostos instituídas pelo governo durante a pandemia, a empresa teve de ampliar o total de funcionários para dar conta da demanda: passou de 68 para 100 colaboradores, entre março de 2020 e janeiro de 2021. Enquanto isso, o andar locado na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, continuou vazio. O “escritório dos sonhos” terminou por ser abandonado.

“Resolvemos devolver o imóvel para fazer uma reserva de caixa”, diz Flávio Lopes de Almeida, sócio da Laclaw. “O aluguel representava 20% dos nossos custos – e hoje o custo é zero.” O consultor não descarta o aluguel de um novo escritório em um futuro pós-vacina. Mas adianta que ele será adaptado à nova realidade da empresa. Ou seja: será muito menor do que o anterior.

Outra empresa que optou pelo mesmo caminho foi a startup de tecnologia Blu, que devolveu 100% do espaço que ocupava – zerando custos com aluguéis. “Nós nos perguntamos: será que o nosso negócio funciona nesse modelo? E a resposta foi sim: ele até melhora”, diz Luís Marinho, cofundador da Blu. A decisão de fechar os escritórios – que o executivo acredita ser permanente – veio diante da reação da equipe, que hoje tem 400 pessoas, à reabertura temporária dos escritórios, ainda em 2020: “A demanda foi zero.”

Meio a meio. Já a empresa de tecnologia FS Security, decidiu ficar no meio do caminho. Percebeu que poderia acomodar seus 125 funcionários – o mesmo número do início de 2020 – em um espaço menor: por isso, reduziu a área locada em 50%. “Não foi difícil fazer a companhia funcionar no home office. Mas acreditamos que ainda é importante ter um espaço para ideação de soluções. Esse é um processo muito mais rico quando feito de forma presencial”, diz Carlos Alberto Landim, presidente da companhia.

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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