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Estados têm aumento de casos de covid e influenza e UTIS chegam a registrar fila

Após festas de fim de ano, SP, RJ, PE, BA, RS e MG tiveram alta de infecções. Na terça-feira, PE tinha 265 pessoas com doenças respiratórias aguardando vagas em hospitais.

Após as festas de fim de ano, os Estados com as maiores populações do País têm registrado aumento de infecções e internações por covid-19 e influenza. São os casos de São Paulo, Rio, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais. Em alguns locais, já há fila por vaga em UTI.

A média móvel de novas hospitalizações diárias por síndrome respiratória aguda grave (Srag) dobrou em um período de um mês em São Paulo. O indicador, que compreende pacientes tanto de covid-19 quanto de influenza, saltou de 280 no dia 4 dezembro para 566 na última terça-feira, segundo dados da plataforma Seade.

Ainda que o apagão dos dados oficiais do governo federal impossibilite uma leitura mais ampla do cenário no País, a piora de índices como o de hospitalizações e a maior procura por remédios têm ligado o alerta quanto ao avanço da covid. Em parte, porque esse fenômeno está acontecendo de forma paralela ao surto de gripe registrado nas últimas semanas.

Coordenador executivo do comitê científico que assessora o governo paulista, o médico João Gabbardo disse que, embora esteja havendo aumento nas internações, o quadro não coloca em risco a capacidade do atendimento. “Mesmo que a gente tenha percebido uma movimentação maior nas internações – de fato, nesta última semana tivemos aumento de 30% nas internações – estamos partindo de um patamar que estava muito baixo”, disse Gabbardo. Atualmente a taxa de ocupação de leitos de UTI no Estado é de 27,75%. Na Grande São Paulo, o indicador é de 34,81%.

RIO. O número de casos de covid-19 na capital fluminense disparou. No dia 16 de dezembro, foram apenas 16 registros ante o relato de 435 há dois dias. Ontem, a taxa de positividade de testes foi de 17%. Isso quer dizer que, a cada 100 pessoas testadas, 17 tiveram o diagnóstico confirmado. Até a primeira quinzena de dezembro, essa taxa era de 1%.

O aumento, segundo especialistas, está provavelmente relacionado à variante Ômicron. Entretanto, até agora, foram confirmados apenas três casos no Rio. O teste que determina a variante é mais difícil de ser feito. No Estado, há 312 casos suspeitos sob testagem.

PERNAMBUCO. A epidemia de gripe associada à pandemia de covid-19 tem provocado um aumento expressivo na procura por atendimento médico.de acordo com informações da Secretaria de Saúde de Pernambuco, na terça-feira o Estado tinha 265 pessoas com doenças respiratórias graves aguardando vagas de UTI e de enfermaria na rede pública. Um paciente espera em média dois dias para conseguir vaga de UTI.

BAHIA. Foram detectadas 1.447 pessoas infectadas pela influenza A, do tipo H3N2, nos primeiros quatro dias do ano. Eles estão espalhados por 114 municípios, mas a maioria (60,1%) se concentra em Salvador. “Vivemos um panorama bem crítico”, avalia Tereza Paim, secretária estadual de Saúde. Ela aponta que a média de 378 casos diários de covid é influenciada pelas festas de fim de ano e até por voluntários que foram auxiliar nas enchentes.

MINAS GERAIS. Em 24 horas, o número de casos de covid somou 4.585. No boletim de terça-feira, foram 2.410 casos, portanto o número quase dobrou de um dia para outro. Na capital, Belo Horizonte, todos os leitos de enfermaria e UTI da rede pública estão ocupados.

O prefeito Alexandre Kalil, no entanto, não vê motivos para pânico. “Temos leitos com folga, mas que foram fechados com a estabilização da pandemia. Agora vamos reabrir. O que houve foi uma pataquada (trapalhada), como a gente diz aqui em Minas, um mal entendido”, disse Kalil, referindo-se ao boletim da Secretaria de Saúde que informou ocupação de 105% dos leitos da rede SUS da cidade.

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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