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Haddad pede 'tranquilidade' para debater meta para IPCA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que é preciso ter “tranquilidade” para enfrentar o debate sobre a meta de inflação do País, atualmente em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual. Segundo Haddad, as pesquisas de mercado tem sinalizado que a taxa deve ficar dentro da banda. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a meta em vigor e defendeu um objetivo mais alto. Lula também criticou as taxas r juros praticadas pelo BC e a autonomia do Banco Central.

“No caso concreto brasileiro, se você pegar as pesquisas de mercado sobre convergência, elas estão sinalizando que, apesar da meta apertada, tem chance de a gente estar dentro da banda, que é relativamente alta no Brasil, que é 1,5 (ponto porcentual). Você olha para os 3,25% e não olha para a banda, então tudo isso tem de ser ponderado, com sobriedade. É preciso olhar para o mercado, olhar qual é o comportamento dos preços, qual a chance de a gente convergir para uma inflação mais baixa, que é sempre o mais desejável, sobretudo pensando na parte mais vulnerável economicamente da população. É preciso ter tranquilidade em enfrentar esse tipo de discussão ”, disse.

Haddad ainda afirmou que no Brasil os agentes econômicos confiam que a inflação está em processo de convergência para a meta estabelecida, e que o Conselho Monetário Nacional (CMN) observará esses fatores para tomar uma decisão sobre a meta de inflação.

CMN. O governo corre contra o tempo para ter todo o aparato técnico necessário para realizar, nesta quinta-feira, reunião do CMN com sua formação original: os ministros da Fazenda e do Planejamento e o presidente do Banco Central. Para garantir a formalização do encontro, técnicos da equipe econômica têm argumentado ser melhor o adiamento da reunião do que a sua realização sem os parâmetros mínimos exigidos.

A estrutura de trinca de ministros sempre existiu, mas foi alterada no governo de Jair Bolsonaro, que optou por dar um “superministério” a Paulo Guedes.

O mercado financeiro monitora de perto o encontro, e cogita até que possa haver alguma sinalização sobre mudanças de meta de inflação, depois das críticas de Lula. Tradicionalmente, a reunião do CMN que discute a meta de inflação ocorre em junho. A ideia que o chefe do Executivo passou é a de que as metas têm sido muito audaciosas, e agentes financeiros temem algum tipo de intervenção na política monetária pelo governo. •

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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