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Importadores abrem o caminho para carro elétrico

Como todos os carros elétricos vendidos no Brasil hoje são importados - e a maior parte dos híbridos também - os importadores são, naturalmente, os mais interessados em tornar as condições do país cada vez mais favoráveis ao uso desses veículos. Isso vai desde a mobilização por redução de impostos até a criação de uma infraestrutura para carregamento de baterias cada vez melhor.

Os dirigentes da Abeifa, a associação que os representa, têm passado os últimos dias em reuniões com o governo para garantir a renovação da portaria que reduz o Imposto de Importação para modelos híbridos e elétricos fabricados em países que não fazem parte dos acordos de livre comércio, como o Mercosul. Caso isso não ocorra até o fim do ano, as alíquotas desse tributo subirão da atual faixa, que vai de zero a 7%, para 35%.

O presidente da Abeifa, João Oliveira, está otimista. “O governo mostra-se aberto ao apoio desse avanço tecnológico”, destaca. O Imposto de Importação para veículos eletrificados foi reduzido em 2016. A última portaria que renovou o benefício é do ano passado.A faixa de alíquotas diferenciadas para esses modelos leva em conta a eficiência energética de cada um.

A mobilização seguinte será por mudanças nas regras de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em híbridos e elétricos. Há cerca de três anos, o governo criou alíquotas de IPI específicas para os modelos eletrificados.Mas, a metodologia criou “distorções”, segundo Oliveira. O dirigente aponta, por exemplo, a variação da cobrança desse tributo conforme o peso do veículo.

Acontece que enquanto não evoluírem mais as baterias ainda representam um peso significativo no veículo. Além disso, híbridos carregam dois motores - um elétrico e outro a combustão -, o que acrescenta mais peso. A situação faz, muitas vezes, com que a alíquota do IPÌ seja maior num carro híbrido do que num modelo a combustão.

“Na época, a Receita Federal entendeu como mais pesado o veículo com mais equipamentos e, portanto, menos essencial. Mas, o peso da tecnologia tem a importância de, por exemplo, reduzir emissões”, destaca. Oliveira crê que, “existe uma percepção no governo de que deve haver um regime diferenciado para esses veículos”.Representou 1,64% das vendas de carros no país entre janeiro e setembro. Por outro lado, a demanda por esses veículos, com preços ainda elevados, têm registrado forte expansão. No acumulado dos nove meses, alcançou 24,1 mil unidades, uma alta de 81,5% em comparação com o mesmo período de 2020.

E enquanto o país não oferece soluções de infraestrutura pública para carregamento de baterias, cada marca se envolve em algum programa privado dessa natureza. Para provar que é possível ir longe com um carro 100% elétrico, nesta semana a Porsche iniciou uma expedição com o seu último lançamento de modelo elétrico. Para ler esta notícia, clique aqui.


Autor/Veículo: Valor Econômico
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