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Investimento externo para o Brasil cai pela metade em 2020, diz Unctad

O Brasil sofreu a maior queda na entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED) entre grandes países emergentes em 2020. O fluxo foi 50% menor para o país, ficando em US$ 33 bilhões, pelo levantamento preliminar da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).

O Brasil, que era sexto maior recipiente de IED, caiu agora para a oitava posição, no ranking que a Unctad publicará mais tarde. Entre as maiores economias na América Latina, somente o México registrou declínio de IED abaixo de 10% graças a resiliência nos lucros reinvestidos pelas multis no país.

A agência atribui a contração no Brasil à "pausa" nos programas de privatização e concessões de infraestrutura durante a crise da pandemia. Mas James Zhan, diretor da divisão de investimentos da Unctad, apontou também problemas estruturais, ao ser indagado sobre saídas recentes de multinacionais do país, como no caso da Ford.

"No curto prazo, vemos dificuldades e o país pode tomar mais tempo para recuperar [IED] comparado a outras partes do mundo, como a Europa que vai recuperar já neste ano", acrescentou. "Para a América Latina como um todo, o total de projetos 'grenfield' anunciados é muito baixo e há uma indicação para um drástico declínio de IED".

Pelas estimativas da agência da ONU, as aquisições por parte de capital estrangeiro em 2020 no Brasil caíram 44%, de US$ 43 bilhões para US$ 24 bilhões.

Também o capital reinvestido por multinacionais no país sofreu contração de 74%, de US$ 21 bilhões em 2019 para US$ 5,5 bilhões em 2020. Normalmente, metade dos lucros de filiais estrangeiras são reinvestidos no país que acolhe o IED. Para ler esta notícia, clique aqui.

Autor/Veículo: Valor Econômico
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