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Ipiranga atualiza seus postos para a transição energética

A rede de postos de combustível Ipiranga – que pertence ao Grupo Ultra – decidiu atualizar, após quase 20 anos, sua marca, lançando um novo logo para a companhia e mudando a disposição de como as suas mais de 6,5 mil unidades são organizadas. A mudança de visual na companhia inaugura uma nova fase do negócio, que olha para a transição energética no País e traz novas opções de serviços de mobilidade urbana.

Segundo a companhia, a mudança de layout nos postos deve ocorrer de maneira gradual, mas com início ainda em 2023. Entre as alterações, além das que são estéticas, o novo projeto da rede prevê áreas para ciclistas, pedestres, carregamento de veículos elétricos, entre outras mudanças na área da conveniência Am Pm.

O presidente da rede Ipiranga, Leonardo Linden, afirmou que a companhia vem se preparando para essa mudança há dois anos, um processo que vai desde “revisitar” a marca, até preparar o terreno para mudanças pelas quais o mercado de varejo de combustíveis pode ter no futuro próximo. “O intuito de mexer na marca é evoluir, não revolucionar”, afirma.

Para o especialista em branding da TM20 Branding, Eduardo Tomiya, a atualização da rede de postos é uma aposta de longo prazo, não só no modelo de negócio, mas também na ideia de que a companhia deve capitanear o movimento de transformar o local em um ponto de solução completa de

mobilidade. “Essa atualização da Rede Ipiranga vem para mostrar mais perenidade para o negócio dos seus franqueados,” afirma Tomiya.

Linden afirma ainda que a companhia está atenta às mudanças do setor e vem tentando se atualizar para continuar a oferecer produtos relevantes. “O posto é um ponto para atender a mobilidade das pessoas, então, vai ter o abastecimento elétrico, o abastecimento à combustão – ainda por muito tempo – e também outras formas de abastecer a necessidade de mobilidade dessas pessoas no futuro”, afirma.

Na avaliação do executivo, apesar dos desafios, a situação de marcas brasileiras deve ser mais tranquila na pauta de transição energética, uma vez que, por aqui, os modelos de biocombustível – como o etanol – já fazem parte da realidade dos negócios, o que facilitaria a introdução de mais opções. “O nosso papel é entender que essa transição vai acontecer e nós vamos participar dessa transição,” diz o CEO.

PERENIDADE.

Jean Paul Rebetez, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, afirma que a atualização da marca e do propósito da rede de postos é importante porque mostra uma preocupação com a sustentabilidade desse modelo de negócio. Um dos desafios, segundo acredita Rebetez, será sensibilizar os franqueados sobre a necessidade de expandir a oferta de serviços dentro das unidades, com as conveniências, os postos de carregamento, ou os novos bicicletários, por exemplo.

Rebetez destaca ainda que a mudança de posicionamento da companhia, em busca de se tornar uma opção mais completa de mobilidade, pode ter impactos positivos no futuro, uma vez que as novas e as futuras gerações têm se preocupado cada vez mais com pautas ligadas ao universo ESG (sigla em inglês que abrange questões ambientais, sociais e de governança).

“Por enquanto, o cliente do posto de combustível não leva em consideração as preocupações ambientais na hora de escolher a marca, mas no futuro esse pode ser um ativo importante para o consumidor final”, afirma • W.G.

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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