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Ipiranga frustra e grupo Ultra reduz projeções para 2021

Apesar da melhora do volume de venda de combustíveis, os resultados da Ipiranga encolheram novamente no terceiro trimestre, pressionando o balanço do Ultra. O fraco desempenho mais do que compensou resultados históricos na Oxiteno e na Ultracargo e levou o grupo a cortar a projeção para o resultado operacional em 2021.

Agora, a Ultrapar espera resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 3,75 bilhões a R$ 4,13 bilhões neste ano, menos que os R$ 3,8 bilhões a R$ 4,65 bilhões estimados inicialmente. Para a Ipiranga, a nova projeção de Ebitda vai de R$ 1,8 bilhão a R$ 2 bilhões, abaixo do intervalo inicial de R$ 2,1 bilhões a R$ 2,5 bilhões. A revisão deveu-se às “margens mais pressionadas [na rede], decorrentes de posições tomadas e repasses de aumentos de custos, e do menor volume em relação às projeções originais”.

De julho a setembro, o Ebitda da Ipiranga caiu 30% contra o mesmo período de 2020, para R$ 398 milhões. Ante o segundo trimestre, a queda foi de 6%. A margem Ebitda ajustado recuou a R$ 68 por metro cúbico, de R$ 102 um ano antes e R$ 76 no segundo trimestre. O volume
de vendas cresceu 6% ante o terceiro trimestre do ano passado, para 5,86 milhões de metros cúbicos, com melhora no diesel e recuperação mais acentuada no ciclo Otto (gasolina e etanol).

Diante disso e dos reajustes nos preços dos combustíveis, a receita líquida da Ipiranga somou R$ 26,6 bilhões, 59% acima do registrado um ano antes. O custo dos produtos vendidos, porém, saltou 62%, para R$ 25,9 bilhões, e as despesas gerais, administrativas e de vendas cresceram 34%, a R$ 546 milhões, na esteira do maior gasto com comissões na Iconic, frete mais caro e operação própria da rede AmPm.

Já a Oxiteno, vendida pelo grupo para a Indorama, teve Ebitda recorde de R$ 352 milhões, o dobro do visto um ano antes, na esteira do maior volume de vendas e margens melhores. A Ultracargo também registrou Ebitda recorde, de R$ 102 milhões, com alta de 30% decorrente de reajustes contratuais, projetos de expansão com ganho de rentabilidade e redução de despesas.

A receita líquida da Ultrapar, que controla Ipiranga, Oxiteno, Ultragaz, Ultracargo e Extrafarma, somou R$ 31,9 bilhões no trimestre, alta de 54% na comparação anual e de 12% frente ao segundo trimestre, com a melhora de faturamento em todos os negócios menos Extrafarma. O Ebitda ajustado caiu 2% ante o visto um ano antes, para R$ 1,02 bilhão, pressionado pelo desempenho mais fraco da Ipiranga.

O lucro líquido atribuído aos acionistas da companhia, por sua vez, totalizou R$ 369,2 milhões no intervalo, 39% acima do registrado um ano antes, refletindo o impacto positivo da reversão de Imposto de Renda sobre a correção de créditos tributários de R$ 196 milhões no intervalo. Sem considerar esse efeito, o lucro líquido recorrente do grupo somou R$ 178 milhões, com queda de 36% na comparação anual motivada pela piora do resultado financeiro e dos números da distribuidora de combustíveis.

Autor/Veículo: Valor Econômico
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