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Josué Gomes é destituído da presidência da Fiesp

O empresário Josué Gomes foi destituído da presidência da Federação das Indústrias do Estado e São Paulo (Fiesp) em assembleia ontem, numa disputa política que se arrasta desde outubro do ano passado. A decisão é inédita.

Em movimento articulado pelo ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf, representantes de 47 sindicatos votaram pela destituição. Eles questionavam reuniões do empresário em Brasília e a adesão da Fiesp ao manifesto em favor da democracia às vésperas da eleição. Josué chegou a encerrar a assembleia, antes de ela ser retomada sem sua presença. Agora, ele deve recorrer à Justiça.

Josué foi chamado pelo presidente Lula para ser ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mas recusou o convite. Ele é filho de José Alencar, vice-presidente nos dois primeiros mandatos de Lula.

Em assembleia realizada ontem, o empresário Josué Gomes foi destituído da presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), numa disputa política que se arrasta desde outubro do ano passado. A decisão é inédita na entidade.

Representantes de 47 sindicatos votaram por sua destituição do cargo, com duas abstenções e um voto contra. Josué Gomes não estava presente quando os delegados tomaram a decisão. O empresário deve recorrer à Justiça.

Agora, o vice-presidente mais velho deve assumir o comando da Fiesp até uma nova eleição. Os nomes mais cotados para comandar a entidade são os de Rafael Cervone Netto, Dan Ioschpe e Marcelo Campos Ometto.

O encontro de ontem foi agendado pelo próprio Josué em dezembro como uma resposta a um grupo de sindicatos patronais que criticava sua gestão e que havia marcado uma assembleia com o objetivo de tirá-lo do cargo. Na primeira parte da reunião, o empresário teve de responder a perguntas sobre temas como suas viagens e reuniões em Brasília, além do manifesto em favor da democracia assinado pela Fiesp às vésperas da eleição sem o consentimento de todos os filiados.

Numa primeira votação, dos 90 delegados presentes 60 rejeitaram as explicações. Neste ponto, segundo pessoas que acompanharam a reunião, Josué anunciou o fim da assembleia e se retirou. Mas os delegados que permaneceram na sala decidiram iniciar uma nova votação, desta vez sobre a destituição.

O encontro começou pouco depois das 14h50 – estava previsto para as 14h, mas houve um atraso por causa de almoço entre Josué e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Os votos dos delegados começaram a sair por volta das 18h50.

SKAF. Nos últimos meses, a Fiesp enfrenta uma intensa disputa política. Josué é acusado de ser distante da entidade e dos pleitos de interesse setorial, o que deu munição para que os sindicatos considerados menores passassem a pressionar pela saída do executivo.

Parte da Fiesp enxergou o manifesto a favor da democracia como uma afronta da entidade ao então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) – que contava com o apoio do empresário Paulo Skaf, apontado como articulador do movimento contra Josué.

Herdeiro da Coteminas, Josué é filho de José Alencar, que foi vice-presidente nos dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na presidência da Fiesp desde o início do ano passado, Josué encerrou um período de quase 18 anos de Skaf no comando da entidade.

Em dezembro, Josué chegou a ser chamado pelo presidente Lula para ser ministro da pasta hoje ocupada por Alckmin, mas recusou o convite sob o argumento de que não poderia assumir o cargo como um “derrotado” na Fiesp. O empresário alegou que, se fizesse isso, pareceria um “refugiado” dentro do governo. •

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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