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Jovem Aprendiz: governo recua da ideia de não exigir matrícula em escola

O governo precisou recuar das mudanças propostas que poderiam desconfigurar o Jovem Aprendiz para manter as centrais sindicais e associações patronais no grupo de trabalho que discute a reestruturação do programa. Após se reunir o dia todo, o grupo divulgou uma nota ontem em que diz haver coesão para tocar a reformulação, mas com “presença inegociável do aprendiz na escola”.

Como o Estadão antecipou, a proposta do governo era flexibilizar até mesmo a regra que obriga o jovem a estar matriculado na escola. Ontem, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, divulgou vídeo em que nega que haverá a desvinculação.

Segundo Valclecia Trindade, representante da Força Sindical no grupo de trabalho, a proposta do governo ainda prevê a diminuição da quantidade de cotas para a contratação dos jovens aprendiz e não está claro como ficará a questão da aprendizagem, que pode até mesmo ser a distância. “Vamos bater muito pesado contra isso.”

A coordenadora nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ana Maria Villa Real, participou como convidada da terceira reunião do grupo e alertou para os riscos de esvaziamento das cotas de aprendizagem do programa e para o elitismo do debate, que buscaria priorizar alunos dos ensinos médio, profissional e tecnológico. “Cobramos transparência”, afirmou.

“Ninguém vai acabar com o menor aprendiz”, afirmou Onyx, ao replicar uma mensagem da pasta em resposta a um vídeo do Centro de Integração Empresa-escola (Ciee) que alerta sobre a questão. •

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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