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Leilão 73 de biodiesel do Brasil tem maior volume da história; preço sobe quase 30%

O leilão de biodiesel número 73 finalizado nesta semana registrou o maior volume comercializado, com mais de 1 bilhão de litros arrematados, e também teve a maior movimentação financeira da história, superando 4 bilhões de reais, informou nesta sexta-feira o Ministério de Minas e Energia.

Os grandes volumes envolvidos na operação, que resultaram em uma alta de quase 30% no valor do produto ante o leilão anterior, sinalizam que o mercado de diesel, que tem atualmente uma mistura 12% de biodiesel, já vem sendo menos afetado pela queda de consumo decorrente de medidas para controlar a disseminação do coronavírus.

No leilão foram arrematados 1,19 bilhão de litros de biodiesel para atendimento à mistura obrigatória de 12% no diesel em um bimestre, disse o ministério.

Em termos de volume, o certame 73 superou o resultado do leilão 68 por uma margem de 4,5%, quando do início da mistura de 11%, acrescentou o MME.

Além disso, apresentou um aumento de 17% em relação ao volume contratado no leilão 72 e de 6% em relação ao leilão 71.

O ministério lembrou que leilão 72 foi realizado em abril, em meio aos desafios trazidos pela Covid-19 para atendimento dos meses de maio e junho.

Naquela oportunidade, por conta de incertezas sobre os efeitos do coronavírus no consumo, a reguladora ANP definiu uma redução nas retiradas mínimas de biodiesel pelas distribuidoras, estabelecida em 80%, ante 95% originalmente.

Contudo, com o mercado menos afetado, a ANP acabou marcando um leilão complementar ao 72, com abertura do certame nesta sexta-feira --essa licitação adicional oferecerá produto para ser consumido entre 22 e 30 de junho.

O valor médio de cada metro cúbico do biocombustível no leilão 73 foi de 3.537,06 reais, ou 3,537 reais por litro, o que resultou em movimentação histórica de 4,2 bilhões de reais, disse o ministério.

No leilão 72, o preço médio foi de 2,738 reais por litro, segundo dados da ANP.

Questionada sobre a alta dos preços de um leilão para outro, a Associação dos Produtores de Biocombustíveis (Aprobio) lembrou que o valor é definido pela lei da oferta e da procura. Mas destacou que, no leilão anterior, as distribuidoras compraram menos do que precisavam, e os preços ficaram muito baixos".

O diretor-superintendente da Aprobio, Julio Minelli, ressaltou, contudo, que os preços praticados no leilão 73 ficaram abaixo do valor de referência definido pela ANP, que calcula custos com matéria-prima e com logística.

"Ficaram maiores do que o leilão passado, mas, praticamente, 900 reais em média abaixo da referência da agência. O impacto no preço final do combustível será muito baixo", completou.

Segundo ele, os bons números do leilão 73 e a mobilização para a realização do 74 (certame adicional ao 72) "mostram a força de resposta e a prontidão dos produtores de biodiesel no Brasil mesmo neste momento tão difícil que vive o país".

A Aprobio esteve entre as entidades que contestaram a redução das retiradas do biodiesel vendido no leilão 72.

A homologação de todas as fases do certame 73 será realizada no dia 29 de junho pela ANP, disse o ministério.

O biodiesel arrematado no certame 73 possibilita que cerca de 10 bilhões de litros de óleo diesel sejam vendidos ao consumidor em julho e agosto.

Autor/Veículo: Época Negócios
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