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Líder caminhoneiro diz que voucher de R$ 400 é "piada" que 'não enche um tanque'

O voucher de R$ 400 para caminhoneiros, em discussão entre o Executivo e o Congresso Nacional, foi classificado como “esmola” e “piada” pelo caminhoneiro Wallace Landim, o Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava). O valor, segundo ele, é suficiente para cerca de 50 litros de combustível. Ou seja, não enche nem um tanque.

Reação semelhante já havia ocorrido em outubro do ano passado, quando o próprio presidente Jair Bolsonaro falou sobre esse auxílio de R$ 400. Agora, com os preços do diesel cerca de 40% mais altos, menos efetiva é a ajuda.

“Caminhoneiro não precisa de esmola, precisa de dignidade”, disse ele em vídeo distribuído a seus contatos. Ele pergunta se o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não teria um amigo caminhoneiro para perguntar-lhe a opinião sobre o voucher e evitar “passar essa vergonha”.

Envia também um recado a Bolsonaro. “Tenha coragem e responsabilidade”, pede. “Se precisar da caneta Bic, compro uma pro senhor.”

Em nota, Chorão diz que a categoria está “indignada” com os sucessivos aumentos do diesel e outros insumos, como óleo lubrificante, pneus, peças. “[O preço da] comida está insustentável”, acrescenta.

A troca do presidente da Petrobras é vista com ceticismo e ele questiona se o currículo do indicado para o posto vai passar pela área de recursos humanos da empresa. “A Petrobrás não é um condomínio, ela segue todas as regras da bolsa brasileira e de Nova York”, diz.

O caminhoneiro afirma que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a empresa é um “circo” e afirma ser impossível “acreditar que vai resolver alguma coisa”.

A redução das alíquotas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) “já foi consumida pelo último aumento e ainda ficou devendo”. Para ele, “foi energia jogada fora.”


Chorão vem defendendo a alteração da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) praticada pela empresa e afirma que o governo não quer acabar com ela “porque gera caixa para pagar emendas secretas”. A proposta é fixar os preços utilizando parâmetros da produção nacional e uma média de preços da parcela importada. Precificar tudo conforme o mercado internacional é “criminoso”, afirma. Para ler esta notícia, clique aqui.

Autor/Veículo: Valor Econômico 
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