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No Brasil, metade vive com R$ 13 por dia; queda na renda em 10 anos é inédita

Em 2021, rendimento médio domiciliar por pessoa foi de R$ 1.353, menor valor desde o início da pesquisa do IBGE.

O segundo ano da pandemia foi marcado por um empobrecimento recorde dos brasileiros, após as políticas de transferência de renda para mitigar a crise causada pela covid-19 darem um alívio em 2020. O tombo na renda dos mais pobres em 2021 aumentou a desigualdade, embora todas as faixas tenham registrado perdas. Entre o 1% mais rico da população, por exemplo, a renda média mensal per capita foi de R$ 15.940, queda de 6,4% ante 2020. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2021 - Rendimento de todas as fontes, divulgada ontem pelo IBGE.

Considerando a renda auferida por toda a população, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi de R$ 1.353 em 2021. Assim como no caso da metade mais pobre da população, é o valor mais baixo já visto na pesquisa, iniciada em 2012, e 6,9% menor que os R$ 1.454 estimados em 2020. Houve redução em todas as regiões, sendo os valores mais baixos os auferidos no Norte (R$ 871) e no Nordeste (R$ 843). A Região Sul registrou o maior rendimento, R$ 1.656.

Pesaram sobre a queda de renda a inflação alta, a redução do auxílio emergencial e uma recuperação do mercado de trabalho marcada pela geração de empregos precários.

“2021 foi o ano em que teve a redução do auxílio emergencial. Principalmente as famílias mais pobres ficaram descobertas. E o emprego demorou a reagir”, disse Cosmo Donato, economista da LCA Consultores, lembrando que, só no início deste ano, o funcionamento das atividades mais afetadas pelo isolamento social (bares, restaurantes e hotéis) voltou a ficar mais perto do normal. •

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo 
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