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Opep corta previsão de crescimento de demanda de petróleo para 2022 e 2023

A Opep cortou nesta quarta-feira (12) sua previsão de crescimento da demanda de petróleo para 2022 pela quarta vez seguida desde abril e também reduziu os números do próximo ano, citando economias em desaceleração, a retomada de medidas de contenção de Covid-19 na China e a alta inflação.

A demanda por petróleo subirá em 2,65 milhões de barris por dia, ou 2,7%, em 2022, disse a Organização dos Países Exportadores de Petróleo em relatório mensal, uma queda de 460 mil barris por dia em relação à previsão anterior.

"A economia mundial entrou em um período de incerteza elevada e desafios cada vez maiores, com altos patamares de inflação, aperto monetário de grandes bancos centrais, níveis altos de dívida soberana em muitas regiões, além de problemas contínuos de fornecimento", disse a Opep no relatório.

O cenário de demanda menor dá mais contexto para a decisão da semana passada da Opep e seus aliados, conhecidos como Opep+, de realizar seu maior corte em produção desde 2020 para apoiar o mercado. Os Estados Unidos criticaram a medida.

Mesmo depois da redução, a Opep ainda espera que o crescimento da demanda seja maior este ano e no próximo do que a Agência Internacional de Energia, que emitiu suas últimas previsões na quinta-feira.

Para o próximo ano, a Opep vê a demanda por petróleo subindo em 2,34 milhões de barris por dia, 360 mil barris a menos que a previsão anterior, para 102 milhões de barris. A Opep ainda espera que a demanda em 2023 exceda os níveis pré-pandemia.

A Opep cortou sua previsão de crescimento econômico global para 2022 de 3,1% para 2,7%, reduziu a previsão do próximo ano para 2,5% e citou potencial de enfraquecimento ainda maior.

As cotações do petróleo, que vêm enfraquecendo em resposta a temores sobre a economia, caíram depois que o relatório foi divulgado, negociados abaixo de 94 dólares o barril.

Durante a maior parte do ano, a Opep+ tem aumentado a produção de petróleo para desfazer cortes recordes colocados em vigor em 2020 após a pandemia cortar a demanda.

O relatório mostrou que a produção da Opep cresceu em 146 mil barris por dia, para 29,77 milhões de barris em setembro, liderada por Arábia Saudita e Nigéria.

Ainda assim, a Opep está bombeando muito menos do que o exigido pelo acordo da Opep+ devido ao subinvestimento em campos de petróleo de alguns membros.

A Opep espera que a demanda mundial pelo seu óleo tenha uma média de 29,4 milhões de barris por dia no próximo ano, uma queda de 300 mil barris ante o mês passado, o que implica um superávit de 370 mil barris por dia se a produção continuar no nível de setembro e outras coisas permanecerem iguais.

Ainda assim, o corte de produção da Opep+ acertado semana passada vale para 2023 inteiro e é muito maior, em dois milhões de barris por dia.

(Reuters)

Autor/Veículo: Folha de São Paulo
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