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País cria 218,9 mil vagas com carteira assinada em julho, indica Caged

O mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 218,9 mil empregos com carteira assinada em julho, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. O número ficou abaixo do resultado de junho passado (278.753) e de julho de 2021 (306.477 postos).

Especialistas veem uma desaceleração na oferta de vagas com carteira assinada, principalmente no setor de serviços. O resultado do mês passado decorreu de 1.886.537 de admissões e de 1.667.635 de demissões. No acumulado dos sete primeiros meses de 2022, o saldo do Caged está positivo em 1.560.896 de vagas – ante 1.785.489 no mesmo período do ano passado.

O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês, segundo estimativas coletadas pelo Estadão/broadcast. Mas o saldo anunciado pelo governo veio abaixo da maioria das previsões, calculada em 250 mil postos de trabalho.

Com ajuste sazonal, ou seja, ponderações feitas para comparar períodos diferentes, as contratações registradas pelo Caged recuaram 1,5% na margem. As demissões, em contrapartida, cresceram 1,9% em julho, também dessazonalizadas. “Eu leio como um número positivo, mas consigo ver uma certa perda de ímpeto”, afirma o economista do Banco Original Eduardo Vilarim.

O Caged trata apenas do mercado formal, com carteira. Já o mercado de trabalho brasileiro é formado, na sua maior parte, pelo trabalho informal – daí a diferença com os números do IBGE.

“Desde janeiro de 2014, quando se iniciou uma crise econômica relevante no País, o saldo entre novos contratados e desligados é positivo em 2,8 milhões (num período de um ano)”, analisou o economistachefe da Necton Investimentos, André Perfeito. “Provavelmente, devemos ver uma acomodação na criação de vagas. Afinal, ela avançou bastante ao longo dos últimos meses.”

SETORES.

O setor de serviços foi o que puxou a geração de vagas com carteira assinada, com a criação de 81.873 postos formais, seguido pela indústria em geral, que abriu 50.503 vagas.

Para o economista da GO Associado Lucas Godoi, a desaceleração na geração de vagas de serviços é o principal destaque do resultado. “Essa desaceleração, de certa forma, era previsível, tanto pelo aumento dos juros quanto pelo setor já ter recuperado um pouco o tempo perdido nos últimos dois anos.”

Já o comércio gerou 38.574 vagas em julho, enquanto houve um saldo de 32.082 na construção civil. Na agropecuária, foram abertas 15.870 vagas no mês.

Para Godoi, a tendência nas próximas divulgações é de continuidade dessa desaceleração. “Não que vá passar muito disso, os serviços já contrataram bastante em 2022, o setor tem um saldo positivo no ano que ultrapassa as 870 mil vagas”, afirma o economista. •

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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