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Parada em campo de gás da Petrobras pode piorar crise energética

Uma parada técnica de 30 dias da Petrobras na produção de gás do campo de Mexilhão e no gasoduto Rota 1, prevista para 15 de agosto, pode agravar a crise energética. No momento em que a seca atinge seu auge, termelétricas e empresas poderão ter dificuldades para obter gás natural.

Manuela Kayath, presidente da MDC, empresa de energia renovável que produz biometano e energia a partir de biomassa, afirma que o setor está preocupado, pois esta parada vem em um momento em que as termelétricas a gás deverão estar operando a toda a capacidade para suprir a redução da geração hidrelétrica por causa da seca:

— Estamos recebendo demanda de curtíssimo prazo para atender ao fornecimento de gás para as térmicas que serão despachadas durante a seca. Muitos veem o risco de ficarem sem gás. Ao menos duas distribuidoras também entraram em contato com a gente querendo comprar gás, pois sabem que vão receber um volume menor da Petrobras.

Mexilhão é o quinto campo que mais produziu gás natural no Brasil, em abril, segundo a ANP.

De acordo com a Petrobras, o campo do Mexilhão responde por 11.8% de toda a produção do Brasil.

A parada técnica na Bacia de Mexilhão preocupa porque, segundo especialistas, é difícil redirecionar a produção de outras regiões, como o Nordeste, para o Sudeste.

A Petrobras informou em nota que a manutenção foi planejada e que não pode ser adiada. A estatal disse que está oferecendo alternativas como a ampliação da capacidade do Terminal de Regaseificação da Baía de Guanabara de 20 milhões para 30 milhões de m³/dia, o reposicionamento de um navio regaseificador e o posicionamento de navios supridores de GNL.

Autor/Veículo: O Globo
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