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Petrobras coloca campo histórico de Carmópolis, em Sergipe, à venda

A Petrobras anunciou que vai vender o maior campo de petróleo em terra do país: Carmópolis, com volume estimado de 1,7 bilhão de barris de petróleo em sua reserva. É também uma das mais antigas áreas em produção pela estatal. O campo foi descoberto em agosto de 1963, e chegou a ser um dos maiores campos petrolíferos da América Latina.

O pacote de venda inclui não só o campo de Carmópolis, mas onze concessões de áreas na Bacia Sergipe-Alagoas, localizado em cidades de Sergipe, que é chamado de Polo Carmópolis. A estatal tem 100% de participação nessa área, que produziu 10 mil barris de óleo por dia e 73 mil metros cúbicos por dia de gás de janeiro a setembro deste ano.

Segundo especialistas, a descoberta de Carmópolis na década de 1960 - cuja produção era escoada por caminhões e trens até a Refinaria Landulpho Alves, na Bahia - impulsionou a atividade exploratória no Brasil. A área é tida como a principal responsável por ter permitido a descoberta do primeiro campo em mar no Brasil, localizado em águas rasas na Bacia de Sergipe (o campo de Guaricema).

E sua importância também se reflete no preço. Considerada a particularidade do mercado brasileiro e de recentes ofertas em terra, esse ativo pode alcançar valor US$ 1 bilhão, segundo fontes do setor. Mas o preço é considerado elevado se considerado com ativos fora do Brasil, de acordo com um executivo. A estatal negocia ainda a venda de outras áreas em terra.

A área à venda soma quase três mil poços em operação, 17 estações de tratamento de óleo, uma estação de gás em Carmópolis, aproximadamente 350 quilômetros de gasodutos e oleodutos, além das bases administrativas de Carmópolis, Siririzinho e Riachuelo.

No pacote de venda da estatal, faz parte ainda o Polo Atalaia, que contém o Terminal Aquaviário de Aracaju (Tecarmo), uma unidade de processamento de gás e oleodutos.

"A operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos", disse a estatal em nota.

Segundo fontes, a venda de campos na área já era esperada. A novidade é que a estatal juntou diversos ativos na região e incluiu o próprio de Carmópolis, como forma de facilitar a venda desse conjunto de ativos e escapar da determinação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de vender áreas que não têm interesse até o fim do ano sob pena de devolver as concessões.

Segundo comunicado da estatal, a produção do polo "atende o mercado interno brasileiro, mas poderá ser oferecido contrato de compra de óleo pela Petrobras em termos a serem informados durante o processo".

Autor/Veículo: O Globo
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