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Petrobras e vacina levam ASA a reduzir previsão do PIB a 2%

O atraso na vacinação e o aumento da incerteza política após a interferência do governo na Petrobras vão reduzir o crescimento econômico em 2021, na avaliação do ASA Investments.Em relatório divulgado ontem, a instituição informa que passou a projetar expansão de 2% para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano, ante 2,4% anteriormente. O desempenho da economia em 2022 também será afetado na visão do grupo de investimentos, que revisou a estimativa para o próximo ano de 2,1% a 1,8%.

O novo cenário da equipe econômica do ASA inclui uma recessão técnica - quando o PIB cai por dois trimestres seguidos - no primeiro semestre deste ano. A expectativa é que a economia recue 0,8% de janeiro a março na comparação com os três meses anteriores, feitos os ajustes sazonais. “E o segundo trimestre agora deverá também ser negativo (-0,3%), impactado pela demora da vacina e aperto das condições financeiras, que operam com defasagem de três a seis meses”, afirmam os economistas.

A instituição que tem como diretor o ex-secretário do Tesouro Carlos Kawall lembra que, em outubro, já alertava sobre a possibilidade de redução do PIB também neste ano. Naquele momento, diz o ASA, essa ideia soava como exagero, mas agora parece, ao menos em parte, algo próximo de ser confirmado.

“Ser mais pessimista no Brasil sempre pagou bem, pois você pode contar com que a (in)competência do poder público estará, na maior parte do tempo, do seu lado”, diz o departamento econômico do ASA. Além da omissão do governo em relação às vacinas, que já colocava um viés de baixa sobre o crescimento, os economistas destacam o impacto da maior incerteza política nas condições financeiras como outro fator que levou à revisão nas projeções de PIB.

Desde a sexta-feira passada, observam os economistas do ASA, a decisão do governo de trocar a presidência da Petrobras jogou os preços de ativos brasileiros em seu pior patamar desde novembro do ano passado. Segundo eles, é “lamentável que haja, aparentemente, tão pouco conhecimento por parte dos governantes e classe política de como os movimentos do mercado, via condições financeiras, se transmitem para o setor real da economia e afetam o crescimento econômico e o nível de emprego”.

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Autor/Veículo: Valor Econômico
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