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Petrobras reajusta diesel, mas críticas continuam

Há quase um mês sem reajustar o preço do diesel, em meio à valorização do petróleo no mercado internacional, a Petrobras enfim anunciou um aumento no preço do litro do derivado em 4,4%, nas refinarias, válido a partir de hoje. Já a gasolina será reajustada, na média, em 5,05%.

O aumento ocorre em meio a reclamações da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), de que a empresa está segurando reajustes e praticando preços abaixo da paridade internacional, ante ameaças de uma nova greve dos caminhoneiros. Segundo a entidade, o aumento do diesel será insuficiente para eliminar a defasagem em relação à referência internacional.

A estatal informou ontem que aumentará o litro do diesel em R$ 0,09 e a gasolina em R$ 0,10. Este é o primeiro reajuste da estatal, para o diesel, no ano. Desde o último aumento, no dia 29 de dezembro, o barril do tipo Brent acumula alta da ordem de 9,5%. Já a gasolina havia sido reajustada no dia 19 de janeiro. Segundo a Petrobras, a partir de hoje, o preço médio da gasolina vendida pela empresa às distribuidoras passará a ser de R$ 2,08 por litro. Já o diesel passará a ser comercializado, na média, a R$ 2,12 por litro.

A estatal destacou, em nota, que os preços praticados pela companhia têm como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.

A empresa esclareceu também que os preços dos combustíveis, para o consumidor final, são acrescidos de tributos, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, além das margens brutas das distribuidoras e dos postos revendedores.A Petrobras destacou ainda que, segundo dados do Global Petrol Prices, do dia 18 de janeiro, o preço médio ao consumidor de gasolina no Brasil era o 56º mais barato dentre 166 pesquisados - 17,8% abaixo da média global. Já o preço do diesel ao consumidor no Brasil era o 42º mais barato dentre 165 pesquisados - 26,7% abaixo da média global

Para a Abicom, os reajustes anunciados pela estatal ainda estão aquém do necessário para eliminar a defasagem para a referência internacional. Segundo a entidade, que representa os concorrentes da estatal no suprimento ao mercado doméstico, a Petrobras deveria ter aumentado o diesel em R$ 0,3450 o litro, para eliminar a distância para o preço de paridade internacional (PPI), ante os R$ 0,09 anunciados. Já no caso da gasolina, a petroleira deveria ter aumentado o preço em R$ 0,2310, ante o reajuste efetivo de R$ 0,10.

A Petrobras alega que a paridade não é um valor absoluto e que seus concorrentes, muitas vezes, assumem custos que não refletem a realidade da empresa. A Ativa Investimentos estima que ainda há espaço para alta de 9% no preço da gasolina no curto prazo, devido principalmente à desvalorização do real nos últimos dias. Para ler esta notícia, clique aqui.

Autor/Veículo: Valor Econômico
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