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Petrobras segue com defasagem após reajuste

No dia em que os preços do petróleo fecharam acima de US$ 60 pela primeira desde janeiro do ano passado, as ações ordinárias da Petrobras caíram 4,1%, em cenário de dúvidas do mercado sobre a autonomia da política de preços de combustíveis da companhia - tema politizado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Ontem a estatal anunciou reajustes de 6,2% para o diesel, de 8,2% para a gasolina e de 5% para o gás liquefeito de petróleo (GLP) nas refinarias, depois de um fim de semana em que tentou desmentir que esteja mudando a política de alinhamento de preços ao mercado internacional. Investidores questionam o fato de a companhia estar segurando os reajust

Segundo analistas, mesmo depois da alta de ontem, a estatal continua praticando preços abaixo da referência internacional. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estima que o litro do diesel vendido pela empresa ainda está R$ 0,23 abaixo do preço de paridade de importação (PPI). Para a gasolina, a defasagem é de R$ 0,07. A XP Investimentos calcula que o preço do diesel está 14% inferior à paridade, enquanto a StoneX ainda vê perspectiva de alta de R$ 0,19.

Ontem bancos de investimento, como a XP e o Bradesco BBI, cortaram, ambos para neutro, a recomendação de compra das ações da Petrobras. O preço-alvo dos papéis da empresa também foram reduzidos: de R$ 35 para R$ 32 no caso da XP e de R$ 37 para R$ 34 no caso do Bradesco.“Embora a Petrobras controle o tempo de seus ajustes de preço do diesel, a situação com os caminhoneiros nos faz acreditar que esse timing pode não estar de acordo com as expectativas do acionista”, alerta o Bradesco BBI.

Houve quem considerasse “exagerado”, caso do BTG, o ruído sobre a independência da administração da Petrobras, e reiterasse que, enquanto Castello Branco e equipe permanecerem no cargo, os pilares para criação de valor para o acionista permanecerão “intocados”. O Morgan Stanley divulgou relatório falando em “mais barulho do que substância”. Para ler esta notícia, clique aqui.

Autor/Veículo: Valor Econômico
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