Notícias

Petróleo fecha em alta na sessão mas termina mês com perda acumulada

Os contratos de petróleo encerraram a sessão desta quarta-feira em alta firme no mercado internacional, diante das expectativas de que a China suavize sua política de controle a covid e em resposta a dados mostrando uma redução dos estoques americanos da commodity.
No fechamento, o contrato de janeiro do petróleo WTI - referência americana - fechou em alta de 3% a US$ 80,55, na terceira alta consecutiva. Já o contrato de fevereiro do Brent - referência mundial - fechou em alta de 3,23% a US$ 86,97.

As esperanças de que a economia da China possa se fortalecer depois de as autoridades sinalizarem a possibilidade de um relaxamento das medidas restritivas ajudaram a elevar os preços. Após protestos no fim de semana passado contra as políticas de bloqueio, as autoridades relataram menos casos de coronavírus na terça-feira e Guangzhou, uma cidade no sul do país, relaxou algumas medidas nesta quarta-feira.

Adicionalmente, mais cedo, dados mostrando que os estoques de petróleo nos Estados Unidos caíram 12,581 milhões de barris na semana passada, terminada em 25 de novembro, impulsionaram a commodity. A queda foi muito maior do que a projetada por economistas consultados pelo"The Wall Street Journal", de recuo de 2,1 milhões de barris no período.

Contudo, apesar do avanço de hoje, no mês, a commodity acumulou queda, tendo em vista dados econômicos apontando para uma desaceleração de grandes economias (que podem até já estar em recessão), o que elevou, por semanas, os temores de uma redução da demanda no mercado. Em novembro, o WTI para janeiro teve queda de 6,92% e o Brent também para janeiro recuou 8,97%.

Agentes do mercado também aguardam pela próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Traders do mercado de petróleo veem dois potenciais catalisadores de uma alta nos preços, diz o analista de mercado da Oanda, Ed Moya.

O primeiro seria a decisão da Opep+ de reduzir a produção do cartel considerando o cenário de demanda da China e o teto para o preço do petróleo russo que precisa entrar em vigor. O outro seria o embargo da importação de petróleo russo a partir de 5 de dezembro.

“O petróleo está começando a recuperar seu ritmo e parece que os drivers de oferta e demanda podem ficar otimistas com o petróleo. Se as regras da Covid na China forem lentamente flexibilizadas e a Opep mantiver seu curso, os preços do petróleo poderão subir mais entre 5% a 10%”, diz Moya.

Autor/Veículo: O Estado de São Paulo
Compartilhe: