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Petróleo fecha em baixa, pressionado por dólar fortalecido

Os contratos futuros mais líquidos do petróleo fecharam em baixa nesta sessão, pressionados pela valorização do dólar ante rivais e com investidores cautelosos no aguardo da decisão de juros dos bancos centrais das principais economias.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março de 2023 fechou em queda de 2,23% (US$ 1,78), a US$ 77,90 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 2,20% (US$ 1,90), a US$ 84,50 o barril. Para Edward Moya, da Oanda, os preços de petróleo estão caindo à medida que os riscos para as perspectivas globais se tornam maiores. “A economia da China não está se recuperando, os temores de recessão global estão voltando depois que a inflação subiu inesperadamente na Espanha e os investidores permanecem cautelosos antes de uma semana movimentada de decisões do banco central e temporada de pico de ganhos”.

O economista acrescenta, em relatório para clientes, que os investidores de energia também estão no aguardo da reunião desta semana da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que poderá manter a produção estável.

Já na visão do ING, os investidores estão focados na próxima alta de juros por parte do Federal Reserve (Fed), Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). Segundo análise, a previsão é que os BCs aumentem em 25 pontos-base (pb), no caso do BC americano, e de 50 pb, no caso dos BCs europeus.

Em relatório divulgado hoje, a BP reduziu sua perspectiva de demanda pela commodity a longo prazo, visto que a guerra da Ucrânia vem motivando uma busca por fontes de energia renováveis. A empresa também cortou sua previsão de demanda de petróleo em 2035 em 5%, em relação ao relatório do ano passado.

Ainda no radar, está também o ataque de drones no Irã de ontem que, segundo o Goldman Sachs, não deve causar riscos para o suprimento global de petróleo, pelo menos por enquanto. Ainda, com o foco no Ocidente por evitar alta nos preços de energia, é improvável que ataques do gênero ocorram novamente, indica o grupo financeiro.

Autor/Veículo: O Estado de São Paulo
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