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Petróleo fecha em baixa, pressionado por indicadores da China e dólar forte

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa na primeira sessão do ano, nesta terça-feira (03), pressionados por dados da atividade na China, que sugeriram uma redução na demanda. Analistas apontam que ao longo de 2023 a busca pela commodity deverá ser o grande driver para o mercado, e a reabertura chinesa em virtude da pandemia segue um elemento central. Além disso, o avanço do dólar ante rivais pressionou hoje o petróleo, que é cotado na moeda americana.

O petróleo WTI para fevereiro fechou em queda de 4,43% (US$ 3,81), a US$ 82,10 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para março recuou 4,15% (US$ 3,33), a US$ 76,93 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A Capital Economics aponta que os dados das pesquisas de dezembro na China foram uniformemente pessimistas. “A queda no PMI de serviços oficiais aponta para uma queda na demanda por petróleo, mas suspeitamos que o impacto na atividade industrial tenha sido mais modesto, pondera. “Olhando para o futuro, esperamos que a demanda por commodities da China permaneça fraca no primeiro trimestre, dada a desaceleração contínua no setor imobiliário, a onda de infecções por coronavírus e a lenta demanda de exportação”, afirma a consultoria.

“Para avaliar o impacto na demanda de petróleo relacionada ao transporte, usamos rastreadores de mobilidade. Aqui o quadro é sombrio”, diz a Capital Economics. “Após uma recuperação inicial quando a reabertura começou no final de novembro, o rastreador diminuiu desde então. Isso sugere que a onda de infecções tornou as famílias cautelosas em relação às viagens e é consistente com o índice de serviços do PMI oficial, que caiu de 45,1 em novembro para 39,4 em dezembro”, afirma.

Visando 2023, o Commerzbank avalia que, assumindo que o mercado de petróleo tornou-se muito mais competitivo do que a existência do cartel da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sugere, o preço do petróleo deve responder de forma mais sensível às mudanças na demanda do que seria esperado em um oligopólio. “Que este é realmente o caso é indicado pelo fato de que o preço do petróleo convergiu mais de com as expectativas de inflação de longo prazo baseadas no mercado”, aponta.

Autor/Veículo: O Estado de São Paulo
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