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Petróleo fecha em forte alta com expectativa de maior demanda e menor estoque nos EUA

Os futuros do petróleo fecharam o pregão desta quarta-feira com ganhos fortes, após a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) elevar sua perspectiva de demanda global e o relatório do governo americano revelar a terceira queda semanal nos estoques da commodity no país. Assim, os preços registraram seu maior nível de fechamento desde meados de março.

Os futuros do West Texas Intermediate (WTI, a referência americana) para maio subiram 4,93%, negociados a US$ 63,15 o barril na Bolsa de

Mercadorias de Nova York (Nymex). Os preços do Brent, referência global, para junho avançaram 4,57%, a US$ 66,58 o barril na ICE, em Londres.

Em seu relatório mensal, a Agência Internacional de Energia aumentou sua previsão para a demanda global de petróleo em 2021 em 230 mil barris por dia em relação à previsão anterior. Ele agora vê um aumento de 5,7 milhões de barris por dia, para 96,7 milhões de barris por dia este ano.

"Os preços do petróleo podem estar saindo de sua faixa de negociação perversa de um mês, já que a IEA, normalmente pessimista, pareceu bastante otimista", disse Phil Flynn, analista de mercado sênior do The Price Futures Group, em um relatório diário.

Na terça-feira, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aumentou sua previsão de demanda para 2021 em 100 mil barris por dia. Ela espera que a demanda global de petróleo suba cerca de 6 milhões de barris por dia, para chegar a 96,5 milhões de barris por dia este ano. A Opep também elevou sua previsão de crescimento econômico global de 5,1% para 5,4%.

Em um relatório semanal divulgado nesta quarta-feira, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) informou que os estoques de petróleo dos EUA caíram em 5,9 milhões de barris na semana encerrada em 9 de abril, na terceira semana consecutiva de queda na oferta da commodity.

A queda superou a expectativa dos analistas consultados pelo "The Wall Street Journal", de recuo de 2,5 milhões de barris no período. Na terça, o Instituto de Petróleo Americano (API, na sigla em inglês) havia reportado queda de 3,6 milhões de barris.

Os dados do DoE também mostraram que os estoques de petróleo bruto no centro de armazenamento de Cushing, Oklahoma, subiram em 400 mil barris durante a semana, enquanto a produção doméstica total de petróleo aumentou em 100 mil barris, para 11 milhões de barris por dia.

O DoE também informou que a oferta de gasolina aumentou em 300 mil barris, enquanto os estoques de destilados caíram 2,1 milhões de barris na semana.

Os estoques de gasolina dos EUA estão "agora, na verdade, 10% abaixo de onde estavam em 2020", disse Peter McNally, líder do setor global de indústrias, materiais e energia da Third Bridge, ao MarketWatch. "Esta é uma situação que estamos observando de perto antes da temporada de verão, que começa nos EUA no próximo mês", afirmou.

"As tendências que estão ocorrendo - produção doméstica estável, baixas importações e recuperação da demanda -- continuam", disse ele."Na verdade, a demanda total do produto em uma base ajustada sazonalmente foi maior do que os níveis de 2019 e a segunda maior já registrada", disse.

Enquanto isso, os investidores estão avaliando as perspectivas para a demanda de petróleo. Esta semana, o mercado viu evidências de uma forte recuperação econômica na China e nos Estados Unidos, mas está preocupado com o aumento de casos de coronavírus em partes do mundo e problemas no noticiário global de vacinação, incluindo uma pausa no lançamento da vacina da Johnson & Johnson.

Por fim, tensões geopolíticas também ajudaram a sustentar os valores do petróleo. Os futuros da commodity terminaram o pregão de segunda-feira em alta, à medida que foram divulgadas informações de que rebeldes Houthi, apoiados pelo Irã, atacaram uma instalação de petróleo saudita.

Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do boletim SCA

Autor/Veículo: Valor Econômico
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