Petróleo fecha em queda de quase 1% por 'efeito agenda'; entenda
Os preços do petróleo fecharam em queda de cerca de 1% nesta quinta-feira dando continuidade ao enfraquecimento do mercado registrado depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciaram que adiaram a reunião do dia 26 em Viena para o dia 30. Hoje, a organização informou que a reunião será apenas on-line.
O adiamento teria sido provocado por divergência entre os membros sobre os níveis de produção de 2024, o tema principal da reunião. Vários países da África estariam insatisfeitos com sua meta de produção, principalmente Angola, Congo e Nigéria. Esses países tiveram suas metas cortadas em junho porque estavam enfrentando dificuldades para atingir as metas de 2023.
O fechamento dos mercados americanos em respeito ao feriado do dia de Ação de Graças também contribuiu para a queda.
Com o "descasamento de agendas", no fechamento de hoje, o contrato para janeiro do petróleo Brent – referência internacional – caia 0,66% para US$ 81,42 e contrato para o mesmo mês do WTI - referência americana – recuava 0,90% a US$ 76,40.
“Os produtores de petróleo adiaram a tão esperada reunião, fazendo o drama habitual em tais ocasiões e lembrando ao mercado os diferentes interesses dos membros do grupo. Esses países são formadores de preços no curto prazo, mas tomadoras de preços no longo prazo”, lembra o economista do banco suíço Julius Baer, Norbert Rücker
Segundo ele, o ajustamento às realidades econômicas de preços mais baixos pode ser adiado, mas não cancelado. “Vemos os preços caindo nos próximos meses, uma vez que os obstáculos fundamentais deverão persistir”, disse.