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PF apreende quase 4 milhões em espécie em investigação da Lava Jato sobre corrupção


A Polícia Federal apreendeu quase R$ 4 milhões, em espécie, nesta quarta-feira (7), em dois locais pertencentes a um dos alvos da 76ª fase da Lava Jato (veja no vídeo acima). Os quatro mandados da operação foram cumpridos no Rio de Janeiro.

Foram apreendidos pouco mais de R$ 1,6 milhão, além de US$ 414, 3 mil (cerca de R$ 2,33 milhões) e 1.990 euros (cerca de R$ 13.163). Ainda foram apreendidos computadores, tablets e telefones celulares.

Os agentes apreenderam, em outro local, malas com mais dinheiro. Até o momento, não foi informado a quem pertence a quantia encontrada.

O G1 apurou que dois dos alvos são: Marcos Antônio Collyer e Daniel Gomes Filho. A reportagem tenta contato com a defesa deles.

De acordo com a Petrobras, tanto Marcos Antônio como Daniel Gomes já deixaram a empresa.

A ação, batizada de Sem Limites III, investiga crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro na área comercial da Petrobras, especialmente no comércio de bunker, como é conhecido o produto escuro usado como combustível de navio.

A suspeita é que ex-funcionários da estatal estejam envolvidos no esquema que movimentou cerca de R$ 45 milhões em propinas entre 2009 e 2018.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há várias provas de que os investigados promoviam um verdadeiro rodízio no fechamento de operações com as empresas do setor e que estas também pagavam vantagens indevidas.

Em nota, a Petrobras disse que colabora com as investigações da Lava Jato desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 21 ações de improbidade administrativa em andamento e ser assistente de acusação em 71 ações penais relacionadas a atos investigados pela Lava Jato.

"Cabe salientar que a Petrobras já recebeu mais de R$ 4,6 bilhões, a título de ressarcimento, incluindo valores que foram repatriados da Suíça por autoridades públicas brasileiras", diz a nota.

Como funcionava o esquema
De acordo com os delatores, funcionários da Petrobras que eram responsáveis pelas negociações de compra e venda de bunker e diesel marítimo recebiam vantagens indevidas para favorecer empresas de combustíveis. A compra era destinada ao abastecimento dos navios a serviço da Petrobras em portos estrangeiros.

As comissões eram geradas a partir da celebração das operações comerciais, e os executivos realizavam os pagamentos dos funcionários públicos com auxílio de um operador financeiro. Para isso, eles celebravam contratos fictícios para geração de recursos em espécie.

Um dos ex-funcionários da estatal, conforme as investigações, foi o responsável pelas negociações de combustíveis marítimos que abasteciam no porto de Singapura.

O que diz a Petrobras
"A Petrobras esclarece que os envolvidos na 76ª Fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (7/10), são ex-funcionários da companhia. As acusações de corrupção referem-se ao período de 2009 a 2013. Os envolvidos continuaram a praticar atos de lavagem de dinheiro até 2018, já fora da Petrobras.

A Petrobras reitera que é vítima dos crimes desvendados pela Operação Lava-Jato, sendo reconhecida como tal pelo Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal Federal. A companhia colabora com as investigações desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 21 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 71 ações penais relacionadas a atos ilícitos investigados pela Operação Lava Jato.

Cabe salientar que a Petrobras já recebeu mais de R$ 4,6 bilhões, a título de ressarcimento, incluindo valores que foram repatriados da Suíça por autoridades públicas brasileiras."

Autor/Veículo: G1
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