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PIB do Brasil ficará atrás do da AL em 2022, diz Banco Mundial


O Banco Mundial melhorou a perspectiva de crescimento para a economia brasileira neste ano, mas piorou bastante o cenário para 2022, quando o Brasil deve ter o pior desempenho entre os países da América Latina e Caribe avaliados. De acordo com o relatório semestral da instituição, o Brasil deve ter expansão de 5,3% em 2021 e de 1,7% no próximo ano. Antes, as estimativas eram de 4,5% e 2,5% de expansão, respectivamente.

Esse cenário mostra um desempenho do Brasil inferior à média da América Latina e Caribe nos dois anos, para o qual estão projetados aumentos de 6,3% e 2,8% para o PIB da região. Na comparação com o relatório anterior, a expectativa de crescimento econômico nesse grupo de países das Américas melhorou para 2021 (era 5,2% antes) e piorou discretamente para o ano que vem (era 2,9%).

O documento da instituição multilateral é intitulado “Recuperação do Crescimento: Reconstruindo Economias Dinâmicas Pós-Covid em Meio a Restrições Orçamentárias”. A análise da instituição é que, a despeito da recuperação estar em curso, ela é mais lenta do que se esperava. “As
marcas na economia e na sociedade levarão anos para cicatrizarem. Nunca foi tão premente a necessidade de recuperar um crescimento dinâmico, inclusivo e sustentável para enfrentar as consequências da pandemia e buscar soluções para carências sociais históricas”, diz o documento em seu sumário executivo.

O material aponta que os custos sociais da pandemia foram devastadores na região. “Sem considerar os resultados do Brasil, os índices de pobreza, medidos com base em uma renda domiciliar per capita de até US$ 5,50/dia, aumentaram de 24% para 26,7% - o patamar mais alto em décadas. Os estudantes da região perderam de um a um ano e meio de aprendizado, e a queda no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU superou aquela verificada durante a crise financeira”, diz o sumário.

“Uma boa notícia é que a campanha de vacinação vem ganhando força nos últimos seis meses e, embora ainda esteja longe dos índices almejados, já tem gerado uma redução nas mortes por covid-19 na maioria dos países”, diz o documento.

Apesar da melhora no ritmo de crescimento no continente, o quadro não permite muita animação. O documento lembra que as “recuperações robustas dos principais parceiros comerciais dos países da região, as
baixas taxas de empréstimos globais e a perspectiva de outro superciclo de commodities” podem ajudar a região a crescer mais que o previsto, mas o desempenho está aquém do desejável e do necessário para o enfrentamento dos problemas crescentes, alguns que já existiam antes da pandemia, mas que se agravaram com a crise sanitária. Para ler esta notícia, clique aqui.

Autor/Veículo: Valor Econômico
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