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Preços nos postos: Etanol volta a ser competitivo em São Paulo

Tanto os preços do etanol quanto os da gasolina seguem em queda na média nacional. Com isso, o país entrou na 18ª semana de baixa consecutiva para o renovável e na 10ª redução seguida para o combustível fóssil.

Entre 28 de agosto e 3 de setembro, o biocombustível passou de R$ 3,84 por litro para R$ 3,71/L, queda de 3,39%. Já a gasolina foi de R$ 5,25/L para R$ 5,17/L, uma diminuição de 1,52% – e o menor patamar desde fevereiro de 2021.

Os valores correspondem ao levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Entretanto, as retrações ainda não contemplam a diminuição do preço da gasolina nas refinarias, anunciada pela Petrobras na última quinta-feira, 1º, e que passou a valer a partir do dia seguinte. O preço médio de venda para as distribuidoras saiu de R$ 3,53/L para R$ 3,28/L, redução de R$ 0,25/L.

De acordo com a ANP, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 71,8%, abaixo da relação de uma semana antes que foi de 73,1%.

Assim, o preço do renovável segue acima de 70% do valor da gasolina, ultrapassando a faixa em que é tido como economicamente vantajoso para os consumidores. Nas médias estaduais, por sua vez, o renovável se manteve competitivo em Mato Grosso e voltou a ser vantajoso em São Paulo.

Nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 2,4132/L para R$ 2,3134/L. A queda de 4,14% foi a quarta redução consecutiva, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.

Da mesma forma, houve uma retração de 0,84% nas produtoras goianas e de 7,5% nas mato-grossenses.

Variações nos estados

Segundo a ANP, de 28 de agosto a 3 de setembro, os preços do etanol caíram em 23 unidades da federação e no Distrito Federal, subiram em dois e não foram divulgado no Amapá. Já os da gasolina tiveram redução em 24 estados, aumento em Tocantins e Distrito Federal e manutenção no Amapá.

Entretanto, as comparações de valores nos postos não são exatamente precisas, já que o levantamento dos preços de combustíveis ainda não está sendo realizado em todas as cidades brasileiras e o número de localidades pesquisadas muda. Na semana analisada, foram obtidos dados de 447 municípios, nove a mais do que no período anterior.

Em São Paulo, maior estado produtor e consumidor de etanol do país, o biocombustível teve um decréscimo de 3,57%, custando R$ 3,51/L em média. Já a gasolina foi vendida a R$ 5,05/L, redução de 1,56%. Com isso, a relação entre os preços ficou em 69,5%, abaixo do índice de uma semana antes, de 71%, e voltando a ser economicamente favorável ao renovável. A pesquisa foi feita em 108 cidades, uma a mais do que no último levantamento.

Já em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 3,51/L na média da semana analisada, queda de 3,04%; enquanto isso, a gasolina caiu 1%, para R$ 4,97/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 70,6%, abaixo do índice de 72,1% da semana anterior e sem vantagem para o biocombustível. Segundo a ANP, 17 cidades goianas foram consideradas, uma a mais em relação à semana anterior.

Por sua vez, Minas Gerais registrou um decréscimo de 3,9% no preço médio do etanol, que foi comercializado a R$ 3,70/L. A gasolina passou por uma retração de 1,92%, para R$ 5,11/L, em média. Desta forma, o renovável custou o equivalente a 72,4% do preço do combustível fóssil, índice inferior aos 73,9% vistos na semana anterior, mas com o etanol ainda sem competitividade na média do estado. No total, 58 municípios mineiros participaram da pesquisa, mesma quantia do que em uma semana antes.

Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve uma retração de 5,1%, indo para R$ 3,35/L, menor valor entre todas as unidades da federação. Na semana, a gasolina teve uma redução de 2,45%, passando a custar R$ 5,17/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 64,8%, inferior aos 66,6% de uma semana antes e com o etanol se mantendo economicamente vantajoso ao consumidor. Esta também é a menor relação de preços entre os combustíveis dentre todos os estados. A ANP fez a pesquisa em seis municípios mato-grossenses, um a menos do que o total registrado no levantamento anterior.

Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 3,47%, ficando em R$ 3,90/L. A gasolina, por sua vez, teve uma baixa de 0,99%, para R$ 5,02/L. Assim, o biocombustível custou o equivalente a 77,7% do preço de seu concorrente fóssil, abaixo dos 79,7% de uma semana antes, mas ainda a mais alta relação dentre os seis principais estados produtores de etanol do país. Sete cidades participaram do levantamento.

Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 75,8% do preço da gasolina. No período, o renovável teve uma queda de 2,91%, sendo vendido por R$ 4/L na média estadual, o valor mais alto entre os maiores produtores do biocombustível. Já a gasolina baixou 1,31%, indo para R$ 5,28/L. No total, 29 cidades foram pesquisadas no estado, três a mais do que na semana anterior.

Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.

Comparação comprometida

Após mais de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as comparações entre as análises não são precisas, já que o número de municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era previsto pela ANP.

Entre 28 de agosto e 3 de setembro, 447 cidades foram pesquisadas, nove a mais do que no período anterior. O levantamento inclui todas as capitais dos estados brasileiros. Algumas localidades deixaram de participar no comparativo semanal, mudando o número de municípios de alguns estados.

Apesar da progressão no número de cidades, o total está abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.

Com este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou diminuir semanalmente.

Autor/Veículo: Novacana
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